A praça é dominada pelo teatro Conchita de Moraes e pela igreja de Santa Terezinha, cujo adro, antes separado por uma rua, foi incorporado ao espaço da praça.

Essa praça católica, palco de grandes festas religiosas, ganhou um piso de retângulos coloridos inspirado nos tapetes floridos das procissoes de Corpus Christi, e calçadoes na alameda Sao Bernardo e rua Bartolomeu de Gusmao (onde as palmeiras ainda estao no chao). Se a praça perdeu árvores, ganhou mais espaço e elementos arquitetônicos diferenciados.

Os painéis de concreto que circundam o local têm como funçao quebrar a intensidade do movimento da rua e do ruído. Uma escadaria-arquibancada une os diversos níveis da praça e convida para o descanso ou o passeio sob a pérgula de concreto e aço pintado em azul.

A Rui Barbosa, cuja conclusao depende apenas do plantio das palmeiras no calçadao da Bartolomeu de Gusmao e do término da instalaçao dos bancos e lixeiras, voltou a ser usada pela populaçao - a tal ponto que já exibe as primeiras pichaçoes e depredaçoes dos poucos bancos já instalados.

Os carros que circulavam ao redor da praça passaram a contorná-la por um só lado. A Rui Barbosa deixou de ser uma ilha rodeada de veículos por todos os lados para se tornar um grande passeio público. E, no futuro, será o ponto central de um corredor cultural, que começará na praça Samuel de Castro e Neves, hoje um gramado contínuo, com o Sesi e a Chácara Pignatari.

"Era importante termos uma fachada para a avenida dos Estados", explica André Bomfim, filho e sócio do pai, Jorge Bomfim. Assim, Santa Terezinha irá se unir no futuro à área de influência do Eixo Tamanduatehy, o megaprojeto da Prefeitura de requalificaçao urbanística da avenida dos Estados. O próprio escritório de Bomfim desenvolveu para o eixo uma proposta de criaçao de uma malha urbana unindo os dois lados do rio, indo de Utinga e Santa Terezinha, de um lado, ao bairro Jardim, do outro.

O projeto do escritório inclui um novo tratamento urbanístico do eixo entre as praças Samuel Castro e Neves, Rui Barbosa e da Chácara Pignatari, e a sua ligaçao natural, a avenida Vieira de Carvalho.

Os gradis que circundam a Chácara Pignatari seriam colocados atrás das árvores, plantadas à época para servir de cerca viva. E uma iluminaçao nova garantiria um efeito plástico que já pode ser visto no parque Duque de Caxias. O piso da Samuel de Castro e Neves também seria melhorado, para fazê-la funcionar como uma espécie de porta de entrada do bairro.

O projeto arquitetônico do corredor também reformula as calçadas da Vieira de Carvalho, que receberiam jardineiras baixas em alguns pontos. Sem poder aumentá-las, a opçao foi torná-las mais agradáveis, reformulando pontos de ônibus, orelhoes e os outros elementos que tomam a rua, aumentando o espaço nas esquinas para facilitar o fluxo de pedestres.

"Se queremos colocar Santo André no topo, precisamos pensar alto", diz André. A praça já está praticamente pronta. É um começo.