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Violência coloca a
região em alerta
Fábio Munhoz
12/05/2011 | 07:12
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O aumento da violência no Grande ABC nos primeiros meses deste ano coloca em alerta a população e as autoridades policiais. Chacina, assassinatos com características de execução, ataques a caixas eletrônicos, inclusive com explosivos, e tiros contra uma base da Guarda Civil Municipal de Santo André teriam como pano de fundo represálias a ações da Polícia Militar com o objetivo de conter o tráfico de entorpecentes. A insegurança é tamanha que moradores da Rua Guaxinduva, no Parque Jaçatuba, estão assustados com a onda de roubos e assaltos na área.

De janeiro a março a região contabilizou 64 homicídios dolosos - com intenção de matar. Nos últimos meses, diversos crimes chamaram a atenção da população. Durante a Semana Santa, quatro jovens foram mortos em uma chacina no Jardim Santo André. No dia 2 de maio, seis pessoas foram baleadas na mesma cidade. Outro crime comum em 2011 são os roubos a caixas eletrônicos - 43 desde o início do ano em toda a região.

Na madrugada de ontem, cinco jovens entre 17 e 25 anos foram assassinados em Santo André em Mauá. Das vítimas, apenas uma tinha sido identificada até o fechamento desta edição. Trata-se de Roberto Pereira da Silva, 17, morto em uma viela da Vila Junqueira, em Santo André.

Na vila Sacadura Cabral, no mesmo município, dois jovens aparentando entre 22 e 25 anos foram assassinados com tiros no rosto e no peito. O crime ocorreu no cruzamento das ruas Manoel Esteves e Júlio Ribeiro. Até o fechamento desta edição, os corpos das vítimas não haviam sido identificados e permaneciam à espera de reconhecimento no IML (Instituto Médico-Legal) da cidade. Nada foi apreendido no local dos crimes.

O delegado Sérgio Simionato, do setor de homicídios da Seccional de Santo André, não descarta a possibilidade de execuções. "É cedo para garantirmos isso, mas não descartamos essa hipótese", avaliou, também levando em consideração a chacina da Páscoa.

Em Mauá, dois homens foram mortos com tiros de revólver calibre 38 na cabeça. A polícia apreendeu com eles 38 porções de cocaína, maconha e lança-perfume, além de R$ 418 em dinheiro. O crime aconteceu na Vila Assis Brasil.

"Pelo que foi encontrado com eles, é bem provável que tivessem ligação com o tráfico", avaliou o delegado Walter Possari, do 2º DP. Também será investigado se os dois rapazes foram executados.

Na madrugada de segunda-feira, uma base da GCM de Santo André, na Vila Palmares, foi metralhada, o que levou o comando a interditar a rua e reforçar a segurança.

 

‘Pensei que fosse uma viatura', diz testemunha

 

Um rapaz de 19 anos presenciou os momentos que antecederam a morte de Roberto Pereira da Silva, 17, na Vila Junqueira, em Santo André. A dupla estava em uma viela quando foi abordada por dois homens a bordo de uma Blazer preta. Um dos homens perguntou onde era a ‘biqueira' (local onde se vende droga) e disse que procurava por um rapaz cujo apelido era Favela.

Ao ouvirem a resposta negativa, os dois atiraram. A testemunha conseguiu fugir. "Quando vi chegando a Blazer preta, pensei que fosse uma viatura", disse. Segundo ele, os homens eram brancos, fortes, tinham a cabeça raspada e vestiam roupas pretas. Eles portavam pistolas. Roberto foi morto com tiros na cabeça. Não foram apreendidas armas e drogas. As cápsulas das balas usadas foram recolhidas pelos agressores.




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