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Grupo Tapa oferece preços e horários diferenciados
Do Diário do Grande ABC
07/02/2000 | 15:16
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Teatro de terça-feira a domingo, como antigamente, a bons preços e mais cedo. Essa é a tripla experiência que o Grupo Tapa, patrocinado pelo Grupo Pao de Açúcar, promove em sua sede, o Teatro da Aliança Francesa. Até o carnaval, o grupo manterá quatro peças de seu repertório, Navalha na Carne, de Plínio Marcos, A Serpente, de Nélson Rodrigues, As Viúvas, três peças curtas de Artur de Azevedo, e o musical Surabaya Johnny revezando-se no horário das 19h, durante toda a semana, com ingressos a R$ 10,00.

Um programa ideal para quem trabalha no centro da cidade e gosta de curtir uma happy hour. O teatro tem um bar no qual se pode tomar um drinque com amigos antes ou depois dos espetáculos. Mas quem ainda prefere dar uma passada em casa para renovar as energias pode ficar tranqüilo: o Tapa manteve os horários noturnos normalmente. "Na verdade estamos experimentando", diz Eduardo Tolentino, diretor do Tapa.

Durante o tempo de duraçao da experiência a companhia distribuirá a todos os espectadores um formulário com perguntas sobre o horário ideal para o teatro. No Rio, o Centro Cultural Banco do Brasil passou o horário dos teatros para as 19 horas e o resultado está sendo ótimo. "As cidades mudaram e talvez o teatro deva acompanhar essa mudança", observa Tolentino. "Antigamente, no Rio e em Sao Paulo a vida começava mais tarde, a exemplo de Buenos Aires e Espanha; hoje estamos menos latinos e mais anglo-saxônicos: em Londres e Nova York o teatro começa bem mais cedo".

A transformaçao sofrida no centro das cidades, o crescimento da distância entre moradia e trabalho e a insegurança também sao fatores apontados pelo diretor. "De qualquer forma, estamos fazendo uma experiência; o público vai dizer qual o melhor horário".

Se o happy hour teatral é uma experiência nova, o mesmo nao se pode dizer do funcionamento do teatro a partir de terça-feira, um velha prática abandonada. "Tudo começou porque os atores precisavam gravar novela e por isso deixaram de fazer as sessoes de terça e quarta", argumenta Tolentino. "Hoje, o teatro está reduzido a três sessoes semanais, de sexta a domingo virou evento". Tolentino nao tem dúvidas sobre o que veio primeiro. "Foram os artistas que começaram a tratar o teatro como algo desimportante e nao o público", diz. "O teatro tem de voltar a ser importante do ponto de vista de quem faz".

Um bom repertório, oferecido de terça a sexta, com horários diferenciados e preços acessíveis foram as armas escolhidas pelo Tapa para reverter a situaçao. "Quando participamos da campanha de R$ 1 percebemos que há um público ávido por teatro", afirma. "E percebemos ainda que se aumentarmos o número de sessoes e ganharmos na quantidade, podemos baratear o ingresso".




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