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Brasil perde R$ 1,5 bi com pirataria
Do Diário do Grande ABC
12/07/2004 | 22:25
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Ao contrário do que parece, a grande aceitação dos softwares pirateados no Brasil não é resultado do preço menor. A afirmação é de Alexandre Cruz, coordenador do BSA (Business Software Alliance), entidade sem fins lucrativos que estuda o tema ao lado do IDC (International Data Corporation). “O software mais pirateado é o anti-virus e é também o mais barato”, disse.

De acordo com pesquisa, publicada recentemente pelo BSA, a taxa de softwares pirateados atingiu 61% em 2003 no Brasil. Dentro da América Latina, só a Colômbia, com 61%, e Porto Rico, com 53%, têm taxas menores. Mas pelo tamanho do seu mercado, o país apresenta as maiores perdas da indústria do setor. O prejuízo é de cerca de R$ 1,5 bilhão. Cruz acredita que a grande causa desses números é o descaso do poder público. “Os grandes centros comerciais que vendem produtos piratas são desmoralizantes para o País”. Ele diz que o governo só mostrou comprometimento com o assunto, com a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria, que encerrou os trabalhos no ano passado e que deve entregar o relatório final ainda em 2004.

Além disso, o coordenador acredita que a população tem uma imagem errada da falsificação de produtos. “As pessoas acreditam que a pirataria cria empregos, mas na verdade, ela está ligada ao crime organizado e faz o País perder dinheiro com arrecadação de impostos.”

Alexandre Cruz acredita que, para acabar com o problema no Brasil, é preciso realizar campanhas de conscientização junto a população. “As pessoas precisam aprender que, produtos que não pagam impostos não contribuem para o crescimento do Brasil”. Ele também acredita que, para combater a falsificação é preciso, acima de tudo, criar um banco de dados nacionais que possa ser usado para prender os contraventores e fiscalizar as fronteiras do Brasil.

De acordo com a pesquisa, em termos globais, a indústria de software teve um prejuízo de US$ 29 bilhões. A Europa Oriental lidera o ranking da pirataria, com 70% de softwares irregulares. Em seguida vem a América Latina, com 63%. Oriente Médio e África, com 55%, Ásia/Pacífico, com 53%, a Europa Ocidental com 36%, e por último, Estados Unidos e Canadá, com taxa de 23%. No mundo, o índice médio de pirataria de programas de computadores é de 36%.

Para o advogado da BSA, André de Almeida, “a luta pela maior proteção da propriedade intelectual e pelo respeito aos direitos autorais no Brasil cresce a cada ano, mas ainda há muito trabalho a ser feito”.




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