"Charles Chaplin subdesenvolvido", na observação de Nelson Rodrigues, Chacrinha (1917-1988) apresentou novos caminhos para a TV brasileira ao comandar extravagantes concursos de calouros, revelar grandes nomes da música brasileira e inventar bordões tanto originais como infames. "Até hoje, qualquer canção que foi sucesso dos anos 1970 e 1980, passou pelo auditório do Chacrinha", acredita Stepan Nercessian, ator que personifica o Velho Guerreiro com garra e inteligência.
Stepan vive o comunicador em sua fase mais famosa, quando trabalhou na televisão, momento que domina o segundo ato do espetáculo. No primeiro, quem reina é Leo Bahia, jovem ator que vive a adolescência e juventude de Abelardo Barbosa, nordestino que, graças à sua aguda percepção sobre os interesses culturais populares, descobriria como construir um personagem que cairia nas graças do povo. "O início do espetáculo revela como Abelardo encontra os caminhos que o transformaria em Chacrinha", diz Bahia.
"Ele foi o primeiro palhaço da TV brasileira, o artista que arrancou a gravata e passou a tratar o espectador sem nenhuma cerimônia", comenta Pedro Bial, autor do roteiro do musical, escrito em parceria com Rodrigo Nogueira. "Fazemos um tributo à imaginação ao mostrar como foi inconsciente o processo de transformação de Abelardo em Chacrinha."
Estreante como diretor de teatro, o cineasta Andrucha Waddington brinca ao definir Chacrinha - O Musical como um espetáculo formado por dois longos planos-sequência: o primeiro e o segundo atos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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