No último dia 24, a estudante decidiu se separar do motoboy e nem a família sabia o motivo. Silva voltou para a casa dos pais, na rua Pedro Nunes, bairro vizinho, e entrou em depressão. Em uma semana e meia, o motoboy se autodestruiu. Ele não se conformava com a separação. Largou o emprego, deixou de se alimentar e passou a chorar constantemente, até que decidiu fazer dois empréstimos em financeiras – um de R$ 750 e outro de R$ 100 – para comprar a arma, que sumiu da cena do crime. Seu drama e pedido de desculpas pelo ato de desespero a amigos e parentes estão registrados numa carta escrita por ele e encontrada pela polícia em seu bolso.
A última conversa do casal ocorreu horas antes da tragédia. Silva ligou para a casa dos pais de Janaína durante o dia. “Ele pediu para voltar, mas minha filha disse que a volta seria apenas para que ele pegasse as roupas. Isso deve ter sido a gota d’água”, disse o pintor de móveis, José Gonçalo de Lima, pai de Janaína. “Ele estava muito mal, falou para mim que a vida sem minha filha não tinha sentido, mas nunca imaginamos que pudesse cometer essa loucura. Ninguém sabia que ele tinha comprado uma arma”, continuou o pai da estudante.
Na carta, Silva reclamou da indiferença de Janaína em relação a ele em diferentes situações do cotidiano do casal. Demonstrou estar inconformado com a separação e, por isso, resolveu cometer o crime passional. Há três meses, o casal já havia se separado e depois voltou.
Terça-feira, o motoboy esperou Janaína voltar da aula e ficou próximo da residência dos pais da estudante, onde morou até o dia 24. Janaína estava sozinha quando o motoboy a surpreendeu na rua. Os três tiros atingiram a região do abdome da estudante. Depois do crime, os dois corpos ficaram a uma distância de 20 m, aproximadamente.
“Corri quando soube que era minha filha e o Dárcio (Silva). No chão, com a cabeça no meu colo, ela contou o que tinha acontecido e pediu para que não a deixasse morrer. Vi os dois caídos”, disse o pai. Em função da demora do Resgate, o pai levou a filha para o Pronto-Socorro Central de São Bernardo. Silva já havia morrido. Janaína foi transferida ao Hospital Anchieta, onde passou por cirurgia durante a madrugada desta quarta-feira, pois as balas perfuraram vários órgãos vitais.
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