Economia Titulo
Supermercados do ABC cresceram 7%
Fabiana C. Moreira
Da Redaçao
26/12/1999 | 19:05
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Os pequenos supermercados da regiao registraram em 1999 aumento no faturamento de cerca de 7% em comparaçao com 1998, segundo o presidente da Distrital ABC da Associaçao Paulista de Supermercados, Toshio Minei. Para o próximo ano, a expectativa é de um novo crescimento na faixa de 5%. O Grande ABC terminou o ano com 300 empresas do setor, entre pequenos supermercados e grandes redes de hipermercados, contra 257 de 1998.

Mas, para conseguir crescer, os pequenos tiveram de aprender a conviver com a concorrência. "Os produtos devem ser vendidos com o menor lucro possível. É impossível vender qualquer coisa acima do valor praticado pelos concorrentes", disse Gilberto Wachtler, diretor-adjunto da Apas-ABC. Segundo Minei os pequenos nao resistirao à chegada de mais hipermercados. "Cada rede que se instala em um bairro é responsável pelo fechamento de pequenos estabelecimentos em um raio de até três quilômetros."

Dificuldades - "Esperamos que 2000 seja melhor, principalmente se houver a reforma tributária. Sem isso, o setor pode ser considerado condenado à morte", afirmou Wachtler. Além disso, a exigência da informatizaçao levará os supermercados a altos investimentos em 2000, podendo contribuir para o fechamento de algumas lojas. Em um supermercado de porte médio, com aproximadamente seis caixas, o custo para as alteraçoes exigidas é de R$ 150 mil. "A volta das etiquetas também poderá gerar um grande prejuízo, pois investimos muito na automaçao", completou Wachtler.

Mesmo assim, para Toshio Minei, as expectativas para o próximo ano sao boas, pois, segundo ele, a taxa de inadimplência começou a cair, assim como os pedidos de concordatas e falências, proporcionando maior confiabilidade na economia interna e potencial de consumo, inclusive na regiao.

Centrecon - Apesar de 1999 ter sido considerado um ano difícil, o período foi responsável por algumas alteraçoes nos conceitos dos pequenos empresários do setor no Grande ABC. A entrada em massa de lojas das grande redes os obrigou a estudar alternativas de compra em conjunto, diminuindo os gastos e conseguindo preços menores, com aumento de escala.

Seguindo uma lei natural do atacado, quanto maior o volume, menor o custo, alguns proprietários de pequenos supermercados de Sao Bernardo uniram-se e criaram a Central Regional de Compras, a Centrecon. Há quatro meses em atividade, a entidade já conta com 47 supermercados associados, que pagam uma taxa mensal de R$ 70 para manutençao da estrutura da entidade e pagamento de funcionários. A Central já proporcionou economia média de 8% nos artigos adquiridos de maneira compartilhada.

De acordo com Orlando Morando Júnior, criador da Central, as negociaçoes ocorrem para os artigos de cesta básica e bebida, os que agregam maior importância e volume. "Juntos temos potencial equivalente a cerca de quatro lojas de hipermercados. Assim é possível concorrer com os grandes", afirmou.




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