Uma estudante de Educação Física da Uniban (Universidade Bandeirante) de São Bernardo ficou ferida ao ser agredida por alunos que faziam manifestação na porta da faculdade na noite de quinta-feira.

Ela teve corte no supercílio, duas costelas luxadas, ferimentos no pescoço e várias escoriações pelo corpo. O motivo teria sido o fato de ela não querer participar do movimento organizado por alguns alunos da instituição.

Por volta das 21h30, a estudante desceu da sala de aula e foi para o carro esperar seu marido. "Tinha apresentado um trabalho e o professor dispensou a sala. Como estava com minhas filhas doentes, resolvi ir para casa. Enquanto esperava meu marido, os manifestantes começaram a me insultar, dizendo que eu era pelega e que deveria participar do protesto. Isso não faz parte do meu perfil. Pago faculdade para estudar e não para fazer manifestações", afirmou.

A estudante contou que os alunos começaram a chutar e dar socos em seu veículo. Não satisfeitos, a teriam retirado do carro e começado a espancá-la. "Quebraram o vidro, que cortou meu olho. Depois, me puxaram do banco. Caí no chão e fui pisoteada. Tive luxação em duas costelas e na tíbia", disse.

Outra estudante, que pediu para não ser identificada, disse que o carro da aluna só foi atacado porque ela teria atropelado uma das manifestantes. "O pessoal ficou revoltado e foi para cima dela e do carro", afirmou.

Um vídeo foi colocado na internet com alguns momentos da confusão. Na gravação, a estudante aparece sendo agredida e, em seguida, uma garota é atendida por uma unidade de resgate do Corpo de Bombeiros. O Diário não conseguiu localizar essa outra vítima, pois a ocorrência não teria sido registrada.

A estudante não soube informar se atingiu alguém quando tentava sair da confusão com o carro. "Estava muito nervosa e queria sair do tumulto o mais rápido possível. Não percebi se atingi alguém. Pode até ser que sim, mas não posso afirmar", disse.

Para a estudante, a faculdade foi omissa, já que desde quarta-feira estão acontecendo protestos e anteontem os responsáveis não haviam solicitado viaturas policiais para conter os manifestantes mais exaltados. "Estou indignada com esta situação. Existem formas de se manifestar sem prejudicar outras pessoas", desabafou.

A estudante registrou boletim de ocorrência na manhã de ontem na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de São Bernardo e quer processar os agressores. Ela será convidada a comparecer à delegacia para assistir ao vídeo para ver se consegue identificar os agressores.

A Uniban informou, por meio de nota, que manifestação se deu por conta do método de avaliação ter sido modificado neste ano. No entanto, informou que não recebeu documento algum com as reivindicações dos alunos e que fechou os portões da instituição para evitar que os manifestantes invadissem o campus e retirasse os alunos que queriam assistir às aulas. Também informou que não mudará o método de avaliação, aprovado no regimento da universidade.