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PSDB de Diadema diverge sobre apoios
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
18/04/2010 | 08:08
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Ari Paleta/DGABC


A bancada do PSDB na Câmara de Diadema não caminha na mesma direção quando o assunto é o apoio à reeleição do deputado estadual e presidente municipal da sigla, José Augusto da Silva Ramos. Na cidade, o tucano será o único representante do partido no pleito de 3 de outubro.

Dos três vereadores do PSDB, apenas José Francisco Dourado, o Zé Dourado, declarou apoio total e irrestrito ao ‘companheiro' desde os tempos de PT. "A nossa cidade tem um candidato a deputado estadual do PSDB. Não precisamos buscar fora", alfineta o líder da bancada tucana no Legislativo.

A declaração de Zé Dourado é um recado direto aos colegas de bancada: Lauro Michels e Márcio Giudicio, conecido como Márcio da Farmácia, que ainda não se definiram. "Fidelidade e apoio são investimentos para o futuro político", aconselha Dourado, que classifica José Augusto como a "maior liderança da região".

Vereador de segundo mandato e que não esconde de ninguém a vontade de ser o candidato do PSDB para disputar a Prefeitura de Diadema em 2012, Lauro confirma que não tem definido o seu candidato à Assembleia Legislativa. "Já tive uma conversa com o Zé Augusto, que quero ao meu lado sempre e a quem admiro como político. Mas também conversei com outras representações do partido na região, como Admir Ferro (vereador) e Orlando Morando (deputado estadual)", afirma. Os dois políticos de São Bernardo também têm o foco na Assembleia - Morando disputa o terceiro mandato.

Márcio foi o vereador mais votado da cidade: 6.319 eleitores o colocaram no Legislativo pela primeira vez. Indagado sobre o nome de quem apoiará para a Assembleia, o tucano diz que ainda não se decidiu. "Não posso apoiar um candidato no vazio. Tenho de conhecer sua intenção política e suas propostas", afirma o parlamentar.

No entanto, acredita na reeleição do presidente da sigla. "O deputado José Augusto dispara com 40 mil votos tranquilamente na cidade. Ele tem uma votação espontânea", reforça. No total, o partido projeta 75 mil votos para uma cadeira na Assembleia Legislativa.

Se ainda não decidiu o apoio para José Augusto, Márcio diz ter um "apreço grande" pelo ex-prefeito de São Bernardo William Dib, que disputará vaga na Câmara Federal pelo PSDB.

O PSDB de Diadema possui em torno de 3.000 filiados. Para Lauro, a legenda hoje tem os votos de José Augusto e não do partido.

Procurado, o deputado José Augusto preferiu não comentar as declarações dos colegas.

Revoada tucana ocorre há cerca de oito meses na cidade

Revoada tucana de filiados do PSDB para outros ninhos ocorre há cerca de oito meses em Diadema. A mais recente é do servidor público Valmir Apolinário, que esteve ao lado do deputado estadual José Augusto da Silva Ramos por 26 anos - 13 só no PT.

"Sempre acompanhei o Zé Augusto, mas agora resolvi trilhar para novos caminhos", afirma Valmir, guarda-civil patrimonial afastado da Prefeitura e ex-diretor sindical.

Oficialmente, o ex-tucano não se desfiliou do PSDB, o que pretende fazer até o fim deste mês - até porque pode cair em dupla filiação. "Conversei com o Zé Augusto dias atrás. A amizade que tenho por ele é à parte da política", aponta.

Neste momento, a decisão não tem volta. Tanto que Valmir se filiou ao mesmo partido do vereador Edmilson Cruz, o Pastor Edmilson (PRB). E conseguiu um emprego como assessor do parlamentar na Câmara.

Exatamente o que os filiados não conseguem dentro do PSDB. "O partido não tem essa abertura na administração para empregar as grandes lideranças, que costumam cobrar isso do presidente da sigla. Empreguismo e inchaço da máquina são práticas que o próprio ex-governador José Serra condena", justifica o vereador José Dourado (PSDB).

Os ex-candidatos a vereador José Rodrigues Jardim, o Zé do Bloco, e Lucio Francisdo de Araújo bateram asas recentemente para o PV. "Tenho outro projeto político, porque o PSDB não dá valor para as lideranças de bairro", aponta.

O que reforça Zé do Bloco. "Ajudamos na campanha do Zé Augusto, mas foi negada participação dentro do partido", acusa. Indagado sobre o que seria essa participação, o ex-tucano foi claro e objetivo: "Remuneração".

José Augusto afirma, por nota, que "considera natural a troca de partidos, principalmente em véspera de eleições e que respeita a decisão de todos os que se desligaram da legenda."




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