Economia Titulo Crise
Indústria demite 1.600 no Grande ABC em fevereiro

Nível de emprego registrou uma queda de 0,72% ante
janeiro; em 12 meses, 19,8 mil postos foram fechados

Fabio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
13/03/2015 | 07:05
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Divulgação


O nível de emprego industrial no Grande ABC registrou queda de 0,72% em fevereiro na comparação com janeiro, segundo pesquisa da Fiesp e do Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgada ontem. A retração equivale ao fechamento de aproximadamente 1.600 postos de trabalho. Em 12 meses, o resultado é ainda pior: redução de 8,26%, com saldo de 19,8 mil vagas fechadas.

A diminuição no mês passado ocorreu após pequena alta em janeiro, de 0,23%, com a geração de 450 vagas. A perspectiva do empresariado local é de que o cenário se mantenha negativo até o fim do ano, pelo menos. Entre os principais fatores citados como causadores da crise na indústria está a queda na confiança do setor para investimento, além do aumento na inflação e nas taxas de juros.

“Esperava-se por uma política que incentivasse a produção nacional, mas isso não ocorre há uma década. Há um claro processo de desindustrialização. O que precisamos é ter um choque de confiança. Enquanto isso não acontecer, os números irão retrair cada vez mais”, avalia Mauro Miaguti, vice-diretor do Ciesp de São Bernardo. O município foi o que apresentou pior nível de emprego em fevereiro, com -1,36%. Foram cerca de 1.200 demissões no mês.

Na opinião do vice-diretor do Ciesp de Diadema, Anuar Dequech Júnior, as importações e o aumento de impostos estão entre os principais responsáveis pela crise no setor. “Isso faz com que as empresas não acreditem na retomada da industrialização. A gente acaba não tendo fôlego nem oportunidade para fazer um investimento maior.” Houve redução de 0,66% no número de postos de trabalho na cidade.

O vice-diretor do Ciesp de São Caetano, William Pesinato, afirma que, diante do cenário de instabilidade econômica no País, esperava que a situação no município, onde 150 trabalhadores foram demitidos, fosse ainda pior. “Se for analisar o que está havendo com o setor automobilístico, com os pátios cheios e o número de empregados que essa indústria tem, o cenário não é assustador. É ruim, mas, infelizmente, é o panorama que estamos”, pondera. A retração em São Caetano foi de 0,66% em fevereiro. Em Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, houve praticamente estabilidade, com 0,1% de alta.

O nível de emprego na região deverá cair ainda mais em março. Isso porque o PDV (Programa de Demissão Voluntária) da Volkswagen, anunciado em fevereiro, teve 600 adesões e as homologações devem ocorrer neste mês.

Em todo o Estado, 9.500 empregados da indústria foram demitidos, queda de 0,74% em relação ao mês anterior. Em 12 meses, 150,5 mil postos de trabalho foram fechados.

PRODUÇÃO SUSPENSA - Hoje, a produção na unidade de São Bernardo da Volkswagen será suspensa pelo terceiro dia seguido. Funcionários dos três turnos ficarão de folga. A empresa alega que o motivo da interrupção é o atraso no fornecimento de bancos. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC confirma a versão e acrescenta que esse tipo de ajuste é comum e está previsto em acordo. Em média, cerca de 1.350 carros deixam de ser produzidos a cada dia de paralisação. 




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