Artigo

Já existiu tempo em que as notícias realmente caíam no esquecimento. Brincava-se dizendo que o jornal de hoje servia para embrulhar o peixe de amanhã, e seu destino era o lixo. Ironicamente, o jornal, meio físico, tornou-se menos perene do que suas versões digitais. Bancos de dados cada vez mais robustos, pertencentes ao Google, Facebook, Amazon, Yahoo! e outros, preservam as notícias, postagens, imagens, preferências de compra e tudo o mais que um dia foi publicado na internet.

Se a memória individual fica preguiçosa graças às facilidades dos dispositivos eletrônicos, a memória coletiva parece cada vez mais disponível. Rápida busca na internet nos traz infinidade de informações – em boa parte de qualidade questionável – sobre qualquer assunto. Ou pessoa.

Esta deveria ser preocupação de todos. O nível de exposição de nossa pegada digital é sem precedentes. Simples comentário infeliz feito há dois anos numa rede social pode significar ser excluído hoje de processo de contratação.

Na Europa, por força de ações judiciais, o Google começa a apagar informações de internautas incomodados com o passado. Mas será que tudo é deletado mesmo, levando a foto e a notícia indesejadas para baixo do colorido tapete virtual?

O digital, tão efêmero em sua natureza formada de bits, tornou-se quase ‘indeletável’. Nossos passos no universo digital se perpetuam quando são compartilhados, retuitados, comentados ou curtidos. Mas jamais são esquecidos.

Numa sociedade que privilegia a imagem, é necessário máximo cuidado nas nossas ações na internet. No mundo digital, não há peixe para embrulhar no jornal de ontem. Pelo contrário, é como se esse jornal fosse republicado diariamente, e as notícias ficassem eternamente frescas, à disposição dos leitores e a apenas um clique de distância.

Por outro lado, além do excesso de exposição, em comentários, fotos e vídeos, as novas gerações parecem se importar pouco com o fornecimento de dados pessoais ou para a forma como essas informações são tratadas pelos sites e redes sociais. E há pessoas que discutem a relação com namorado(a), os assuntos de trabalho etc por meio desses canais.

No entanto, abrir mão de seus direitos – neste caso, o direito à privacidade – é atitude muito arriscada. O ponto central é que a internet tem, como toda tecnologia, a possibilidade de ser usada para o bem ou para o mal. Como disse Edward Snowden, ex-agente norte-americano, ‘seus direitos importam muito porque você nunca sabe quando vai precisar deles’.

Jorge Carrano é presidente da agência Tau Virtual.

Palavra do leitor

Petrolão
Se o procurador da República, Rodrigo Janot, incluiu na lista do Petrolão o nome do deputado federal missionário José Olímpio, não seria conveniente também investigar o patrão dele, apóstolo Valdemiro Santiago?
Moyses Cheid Junior
São Bernardo

Suma!
Que desgraça, centuplicada desgraça. Meu filho informou-me de que a ‘grande toura chefe sentada’, como diz o nobilíssimo José Simão, esteve em rede nacional de televisão para ‘justificar’ suas mentiras, incompetências, falsidades e arrogância. Desejo intensamente que ela vá para bem longe de nós. Saudações exasperadas.
João Paulo de Oliveira
Diadema

Previsibilidade!
Apostei com alguns amigos que cortaria o mindinho se, no pronunciamento pelo Dia Internacional da Mulher, Dilma Rousseff não se ufanasse pela promulgação da lei que torna crime hediondo o assassinato de mulheres – o feminicídio(?!). Ufa! Meu dedinho está salvo! Ainda bem que a governanta é tão previsível!
Aparecida Dileide Gaziolla
São Caetano

Billings
Tanto se fala em eco isso, eco aquilo, sustentabilidade e vemos que a natureza respondeu rapidamente pelo descaso dos envolvidos com a nossa água, que fizeram e fazem como Pilatos, lavando as mãos. Discursos e blá-blá-blá tivemos muito e, na prática, zero. Desmatamentos, invasões clandestinas, fiscalização inoperante. Nossa querida Billings recebe esgoto do Rio Pinheiros, o que causa odor insuportável e, ainda, é saída alternativa de água potável. Qual será a qualidade da água que bebemos? E a nossa saúde, está resguardada? E nossos lençóis freáticos, será que já estão comprometidos? E as gerações futuras, terão água? Até quando o homem achará que sempre terá saída? A solução do planeta é salvaguardar geral nossas riquezas! Sentimento de impotência vermos nossa represa virando grande reservatório de esgoto a céu aberto. A Billings aguarda por um milagre... de consciência e mudanças de atitude. ‘Billings, eu te quero viva!’
Sonia Maria Alves Banhos de Souza
São Bernardo

Isentou
Estranha, muito estranha a coletiva do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, insistindo em afirmar mais de uma dezena de vezes que a presidente da República, Dilma Rousseff, ficou fora da lista dos políticos que serão investigados por falta de um mínimo de indício nos desvios de dinheiro da Petrobras para a campanha dela na eleição de 2010. Esperamos que essa mesma Justiça não deixe passar em brancas nuvens os elogios feitos por Dilma em novembro de 2010 durante a reunião do diretório nacional do PT. Ficou cheiro de podre no ar quando ela, fazendo referência ao conto de fadas – Os Três Porquinhos (Prático, Heitor e Cícero), enalteceu o trabalho de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, e José Eduardo Cardoso, ex-deputado federal, todos do PT. Deve ter alguma relação entre os elogios de Dilma em 2010 e a coletiva do ministro da Justiça no dia 7 defendendo-a descaradamente. Acorda, Justiça brasileira.
Leônidas Marques
Volta Redonda (RJ)

Panelaço – 1
O PT correu para classificar de ‘movimento das elites’ o panelaço durante o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na TV, sendo que o movimento foi espontâneo e começou nas redes sociais, tomando corpo na hora do pronunciamento. Eles sabem que quando as tais ‘elites’ se manifestam tomam vida igual rastro de pólvora. Ninguém segura mais e levará consciência a toda população. Por isso tentam barrar o fogo com a famigerada luta de classes, mas a conta no supermercado fala por si!
Beatriz Campos
Capital

Panelaço – 2
Dia 8, durante o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, fiquei surpreendido. Não sabia que durante o seu discurso houve enormes panelaço e buzinaço e os gritos de ‘fora Dilma e PT’! Isso ocorreu na Chácara Inglesa, bairro da Capital de São Paulo, situado na Zona Sul. Então, fui cientificando-me de que essa manifestação espontânea foi feita em todo o Brasil, com a população demonstrando claramente o descontentamento com a atuação do governo petista. Este é conceito da maioria do povo brasileiro com o atual governo, que não tem como ser alterado pelos institutos de pesquisa, favorecendo o PT, como foi feito desavergonhadamente durante a campanha da última eleição presidencial no País.
Benone Augusto de Paiva
Capital