Fernandes acaba de ganhar mais um prêmio. Formado por Caulos, Chico Caruso, Jaguar e Nani, o júri do XV Salão Carioca de Humor deu a ele o Prêmio Catálogo por uma caricatura de Rachel de Queiroz. O ilustrador, de 44 anos, conta ser esse o 16º prêmio da carreira – o número poderia ser maior, pois Fernandes começou a enviar trabalhos para salões de humor apenas em 2001.
O ilustrador fica feliz com a premiação, mas não se deixa deslumbrar. “Prêmio é legal para a auto-estima, para o currículo. Em termos financeiros não há muito retorno”, afirma. Participar de salões, mesmo quando não rendem prêmios, é bom: “Sempre se conhece gente, faz-se contatos”.
Fernandes desenha desde pequeno. “Uma vez Chico Caruso falou que toda criança desenha, mas algumas não param”, diz. O ilustrador usa parte da tridimensionalidade da escultura para criar imagens como a de um Pablo Picasso cubista, mas não óbvio, ou a de uma Dercy Gonçalves, com um sorriso peculiar, como a Monalisa de Leonardo da Vinci.
“Quando criança gostava de modelar bois e vaquinhas em argila. Depois comecei a fazer retratinhos em argila, lembro-me de um da Gal Costa. Quando penso em caricatura, penso em volume; quando faço uma, penso em formas geométricas como círculo, quadrado, retângulo”, afirma. Como é daltônico, prefere trabalhar com lápis de cor – exagera as tonalidades e cria contrastes maiores.
O ilustrador encara seu ofício como diversão: “Faço com prazer, sem sofrimento”. É preciso paciência para trabalhar – uma caricatura como a de Rachel pode levar até cinco horas para ser finalizada. “Às vezes em cinco minutos já resolvo os traços iniciais, mas não é fácil achar a fisionomia da pessoa”, afirma.
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