Política Titulo Editorial
A crise se agrava
Da Redação
06/03/2015 | 07:13
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Para a região que tem na indústria automotiva um dos pilares do desenvolvimento econômico e social, não poderia haver notícia pior. De acordo com números divulgados por associação de fabricantes, a produção de veículos no Brasil recuou ao patamar de fevereiro de 2009, quando o mundo sofria os reflexos da crise financeira internacional.

Mas ainda há notícias piores para o Grande ABC, que possui seis montadoras e alta quantidade de fábricas de peças. Trata-se da falta de perspectiva do setor, sufocado por medidas econômicas recessivas que tendem a piorar o que já é ruim. Não há uma única boa-nova que possa afastar o clima de incerteza e temor que se abateu sobre empresários e trabalhadores do segmento.

Divulgada na segunda-feira, a última edição do Boletim Focus, prognóstico do Banco Central, dá ideia do que vem pela frente. A previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) é negativa, de -0,58%. A taxa Selic, de juros básicos, deve fechar o ano em 13%. A estimativa de inflação bateu nos 7,33%, bem acima do teto da meta, de 6,50%. A expectativa da produção industrial ficou em -0,72%.

Nossos leitores são testemunhas de que este Diário, já se antecipando ao que viria logo depois da eleição que reconduziu Dilma Rousseff (PT) ao principal posto do Palácio do Planalto, cobrou sistematicamente a criação de política industrial exequível. Ninguém se dispôs a apresentar soluções. Inclusive os políticos da oposição, que não podem, agora, arvorarem-se a paladinos do desenvolvimento, pois ficaram calados durante a campanha eleitoral, época em que deveriam vir a público mostrar as propostas para evitar que o setor fabril do País chegasse a esta situação.

Atolado em crise moral, com a lista do escândalo do Petrolão envolvendo praticamente todos os grandes partidos, o País segue inerte, sem perspectiva. Vai sobrar para o trabalhador e para a economia do Grande ABC. Infelizmente. 




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