Economia Titulo Greve
Governo diz que não vai aumentar o diesel

Ainda não houve acordo com os caminhoneiros;
os preços de frutas podem subir no Grande ABC

Soraia Abreu Pedrozo
Marina Teodoro
26/02/2015 | 07:17
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ABr


Para acabar com o bloqueio dos caminhoneiros em estradas de todo o País, movimento que entra hoje no nono dia, o governo ofereceu aos profissionais autônomos pacote de medidas que atende parte das reivindicações da categoria. No entanto, ainda não houve acordo.

Ontem, cerca de 20 caminhoneiros se manifestaram na altura do km 23 da Via Anchieta, em São Bernardo. Conforme informações da Ecovias, concessionária que administra o SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), eles bloquearam as faixas três e quatro da rodovia, sentido litoral, das 7h10 às 7h35, o que provocou lentidão do km 20 ao 23. Com a chegada da Polícia Militar, o ato foi dispersado pacificamente.

A negociação com a categoria, encabeçada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, com a chancela da presidente Dilma Rousseff, contempla a promessa de não aumentar o diesel nos próximos seis meses, mas não a de reduzir o valor atual, principal pleito dos caminhoneiros, que pedem diminuição de R$ 0,50 até que seja definido valor mínimo para o frete.

“Não adianta o governo pedir para a gente esperar 120 dias, porque isso significa a gente trabalhando 120 dias de graça”, disse o líder do Comando Nacional dos Transportes, Ivan Luiz Schimidt. “Não recebemos aumento no valor do frete há dez anos. Isso significa que já demos nossa colaboração, no sentido de contribuir para a queda da inflação.”

O governo, por outro lado, propôs a sanção integral da nova Lei dos Caminhoneiros e a prorrogação por 12 meses do financiamento para aquisição de caminhões. E garantiu que estabelecerá nova tabela de frete, que deverá considerar melhores condições em comum acordo.

Parte das lideranças, no entanto, se recusou a aceitar as propostas do governo para encerrar a greve sem que houvesse o anúncio da redução do preço do diesel.

Schmidt não foi autorizado a entrar na reunião com os ministros. Após o veto, recorreu a encontro com Rossetto no Planalto. “O ministro nem pegou na minha mão”, reclamou. ele considerou as medidas “sem peso” para debelar a greve.

O caminhoneiro de Santa Catarina, radicado no Rio Grande do Norte, é um dos organizadores do movimento. Ele e outros cem líderes articulam a manutenção da greve por meio de grupo do WhatsApp. “Se o governo acha que as medidas vão acabar com bloqueios, é só esperar para ver”, ameaçou. “As propostas do governo não atendem o movimento. A paralisação continua”, disse.

REFLEXO - Se, de fato, continuarem os bloqueios nas estradas, o impacto da alta dos preços de frutas e verduras, que dispararam ontem no Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) devido ao desabastecimento, deve atingir o Grande ABC.

Segundo o supervisor de abastecimento da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Micácio Leão da Costa, é possível que produtos como maçã e pera, que são comprados no Ceagesp e revendidos na região, encareçam nos próximos dias.

No entanto, ele garante que, por ora, os vendedores da Craisa não sofrem tanto porque seus fornecedores estão próximos à região. “As verduras costumam vir de Mogi das Cruzes e Suzano, já as frutas vêm de Piedade e Sorocaba”, explicou. “Claro que alguns produtos que vêm de outros Estados podem fazer falta, mas estamos com o estoque abastecido e, por enquanto, não corremos risco.” (com agências)
 




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