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Protesto interdita Corredor ABD por duas horas em Diadema
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
27/09/2008 | 07:11
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Fernando Nonato/DGABC


Um grupo de moradores da Favela Naval, em Diadema, interditou o Corredor ABD, no sentido Santo André, com uma barreira improvisada de pneus e madeira, por duas horas ontem à tarde. Por volta das 16h30, o trânsito teve de ser desviado pela Rua Brejauva, que dá acesso à Rua Fagundes de Oliveira. O tráfego só foi normalizado por volta das 18h30.

A manifestação foi feita pelos moradores da Favela Naval que resistem à mudança do local para realização de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Para deixar a área, a maioria dos moradores quer receber indenização em dinheiro da Prefeitura.

Para que o projeto do PAC seja concluído é preciso que 154 famílias deixem suas casas e liberem o trecho que será revitalizado. A Prefeitura afirmou que 105 famílias já se mudaram, pois a administração ofereceu o pagamento de uma bolsa-aluguel no valor de R$ 260 a R$ 300 por um ano.

"Esta obra será boa só para as pessoas que têm barracos. Trabalhei a vida toda para construir minha casa de alvenaria, agora a Prefeitura quer que eu mude. Com este valor da bolsa não vou conseguir alugar um bom imóvel. Fizemos esta manifestação para que viessem falar com a gente", diz o operador de máquinas Renato Antônio Moisés, 37 anos. Na garagem da residência, ele possui um comércio de doces.

A auxiliar de serviços gerais Leide Maria, 35, mora há 22 anos na Naval e só pretende deixar a favela caso seja indenizada. "Construí minha casa exatamente do jeito que eu queria. Agora a Prefeitura vai derrubá-la? Eles deveriam ter pensado e discutido isso antes." Leide mora em quatro cômodos, com marido e dois filhos.

A obra, estimada em R$ 23 milhões, prevê a construção de 32 unidades habitacionais na Naval e 204 no bairro Serraria, na primeira fase. Na segunda etapa serão construídas mais 104 casas. O projeto inclui, ainda, a revitalização de 450 residências.

Em nota, a Prefeitura de Diadema afirmou que "estranha este tipo de manifestação, pois o diálogo entre os moradores se manteve durante todo o processo de urbanização e que não haverá qualquer remoção sem adesão ao projeto".




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