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Estelionato pré-anunciado

O País corre o risco de assistir, perplexo, à demonstração inequívoca do que o ser humano é capaz quando guiado única e exclusivamente pela ânsia do poder a qualquer preço

Do Diário do Grande ABC
25/02/2015 | 08:02
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Artigo

O País corre o risco de assistir, perplexo, à demonstração inequívoca do que o ser humano é capaz quando guiado única e exclusivamente pela ânsia do poder a qualquer preço. Falo de autêntico estelionato pré-anunciado contra a ética, representado pela pretensão oportunista de criação de outros partidos políticos, para posterior fusão com já existentes, com a única intenção de valer-se de brecha na lei para favorecer a manutenção de mercado de trocas e barganhas que em nada nos dignifica.

Felizmente, forças comprometidas com o ideal de Política realmente com ‘P’ maiúsculo já começam a se movimentar em busca de soluções para conter esse absurdo. A proposta, além de indecente, não contribui em nada para resgatar a credibilidade na classe política, da qual o País tanto se ressente.

Estou na vida pública há mais de 25 anos e me orgulho muito de ter empunhado uma única bandeira, a do PTB, de tantas lutas e tradições em defesa dos brasileiros, que mais do que justificam o lema que o define: ‘A história que todo partido gostaria de ter’. Porém, entendo também que, ao longo da carreira política, alguém possa frustrar-se com desvios na filosofia ou nos métodos de atuação deste ou daquele partido e, assim, procure agremiação em consonância com seus ideais e convicções.

Mas quando a criação do outro partido deixa de ser a propagação de ideias comuns, com vistas à participação política popular, para ser um meio apto a viabilizar o troca-troca de legenda, sem a consequente perda do mandato, se torna sigla de ocasião. Partido que apenas irá servir de ‘barriga de aluguel’ e que, nem bem ensaie seus primeiros passos, já será anexado por outro, a fim de fortalecê-lo em negociações com os poderosos da vez, sob a égide apenas do toma lá, dá cá, que tanto nos denigre e constrange.

Como ficam os partidos sérios vendo legendas criadas com o único intuito de atender a interesses meramente imediatistas, que fazem da política nada mais do que desprezível balcão de negócios? Convém lembrar que esses parlamentares, integrando novas agremiações, atuarão contra a própria legenda pela qual foram eleitos, reduzindo sua representação, bem como a de seu eleitor, que é o detentor absoluto do poder por meio do voto livre e soberano.

A classe política tem agora importante oportunidade de mostrar que comunga dos mesmos anseios dos brasileiros que sonham com País mais sério, justo e com partidos fortes e coerentes com os ideais que os inspiram. Cabe a nós, agora, dizer ‘não’ aos que buscam criar partidos ‘de mentirinha’ em série, apenas para tirar vantagem dessa brincadeira infeliz.

Campos Machado é deputado estadual, presidente do PTB-SP, secretário-geral da executiva nacional do PTB e líder na Assembleia Legislativa de São Paulo.<EM>

Palavra do leitor

Billings
Parabéns pela reportagem neste Diário sobre os habitantes em áreas irregulares às margens da Represa Billings, currais eleitorais desde a década de 1980 (Setecidades, dia 18). E deve ter pelo menos l milhão de pessoas às margens da Billings, em todos os municípios por ela banhados. Este mesmo Diário já publicou várias reportagens a respeito, mas, em particular, a que o repórter Daniel Macário escreveu deve ter mexido não só com a população, mas com algumas autoridades. Acredito que há despejo de esgotos direto nas águas. Mas onde está a fiscalização? Há ameaças? De quem? Por quê? Alguns defensores do meio ambiente desaparecem; outros, só aparecem em vésperas de eleições. Será coincidência? Aliás, a história da Billings já é um mistério, parece a Petrobras atual, só mudam os personagens.
José Carlos Soares de Oliveira
São Bernardo

Resposta
Em resposta à carta do senhor Fernando Lúcio da Silva (Mário Covas, dia 23), a farmácia do Hospital Mário Covas esclarece que eventuais faltas de medicamentos na rede pública são exceções à regra, e podem ocorrer por diversos fatores, como aumentos inesperados de demanda, atrasos do fornecedor, problemas logísticos, escassez de matéria-prima ou pregões que fracassam por ausência de interessados. O SUS de São Paulo distribui gratuitamente mais de 1.000 tipos de medicamentos, em diferentes apresentações. Eles fazem parte da Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais), do Ministério da Saúde, e são padronizados para entrega na rede pública após análise técnica sobre a eficácia terapêutica dos produtos. Vale lembrar que a Secretaria da Saúde deve seguir obrigatoriamente a Lei de Licitações para compra de medicamentos e os prazos estipulados pela legislação, elaborando atas de registro de preços, promovendo processos de licitação e avaliando a documentação das empresas, conforme previsto na legislação sob risco de questionamentos do Tribunal de Contas do Estado.
Secretaria de Estado da Saúde

Caminhões
Com poucas palavras os milhares de caminhoneiros nas estradas resumem a insatisfação: ‘Quem roubou a Petrobras não fomos nós e estamos pagando?’ Já vi presidentes famosos dizerem que somente os caminhoneiros param um país. Concordo. Devagar começará a faltar produtos e o povo sentirá na pele os desmandos do governo. Dilma ainda não anunciou que vai fazer com os cartões corporativos, que dão direitos a quem ganha astronomicamente e ainda gastam em forma de deboche. E os 39 ministérios? Para quê? Governadores, prefeitos, deputados e vereadores aumentaram, no início de seus mandatos, cargos e salários. Mas aos professores dizem ‘sinto muito’, o Orçamento esgotou! Que País é este? Gananciosos políticos, está difícil!
Júlio José de Melo
Sete Lagoas (MG)

Bicicletas
Conforme noticiado, o uso de bicicletas em São Paulo cresceu 10% no último trimestre, e que já são 16% do tráfego de veículos no Centro. É, sem dúvida, boa notícia. As vendas das e-bikes, as bicicleta motorizadas, pelo mundo afora, como, por exemplo, na Alemanha, crescem 45% ao ano, e nos Estados Unidos 80%. E vem aí a Copenhagen Wheel, que tem motor e bateria embutidos em uma só peça, que substitui a roda traseira de qualquer bicicleta. Pelo visto, o hábito de pegar o carro para ir à padaria localizada a alguns quarteirões de casa, e com a barriga batendo no volante do carro, aos poucos vai sendo abandonado, pois, como dizem os instrutores de academia de ginástica, ‘sem movimentação não há solução’. Detalhe: a Copenhagen Wheel é vermelha, e como é a cor do PT, provavelmente teria dificuldade de vendas em São Paulo. Fazer o que?
Edgard Gobbi
Campinas (SP)

Ainda ‘elle’
Está provado que Fernando Collor é o cara de pau do Brasil.Primeiro, enganou milhões quando se elegeu presidente. Depois, perdeu o cargo por corrupção e virou amigão de Lula, Dilma, Sarney e outros exemplos de como não ser político no Brasil. Agora, foi pego por ter recebido ‘apenas’ R$ 3 milhões, quantia que no Estado dele ajudaria muitos descamisados e necessitados. Mas como diz o PT, foi tudo legal. E isso não para por aí! Esse iceberg da corrupção investigada na Operação Lava Jato vai mostrar ainda muita coisa que até Deus duvida! Só espero que sejam todos presos e devolvam o que foi afanado pela honra do povo brasileiro e da própria empresa, que foi invadida por quadrilha de crápulas
Antônio José Gomes Marques
Capital 




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