A Prefeitura de São Bernardo rebateu que a paciente Dalva Nogueira, 66 anos, tenta há um ano, sem sucesso, marcar retorno com o psiquiatra na UBS (Unidade Básica de Saúde) Baeta Neves, bairro em que mora, conforme noticiado ontem pelo Diário. A senhora, que sofre com problemas de ansiedade, garante que o transtorno existe.

Em nota enviada pela administração, a Secretaria de Saúde informou que os registros do prontuário de Dalva indicam que ela é usuária habitual da rede desde 2005 e que, “ao longo desses anos, o acesso aos médicos e medicamentos foi garantido ininterruptamente.”

“Isso não é verdade, estou há um ano tentando marcar a consulta e não consigo. É uma falta de consideração. Na hora de votar, a gente escolhe, mas quando precisa, não estão nem aí”, desabafou a mulher. “Um dia, encontrei o médico descendo a escada e falei que o remédio não estava fazendo efeito, pois não estou conseguindo dormir, e ele falou para marcar a consulta. Meu marido tentou fazer isso em janeiro e não conseguiu, porque o psiquiatra estava de férias”, acrescentou.

Sobre as férias do especialista, a Prefeitura justificou que a escala de folga dos profissionais da UBS “não estava definida ainda em outubro do ano passado, quando a munícipe foi orientada a voltar no começo deste ano para a consulta em psiquiatria.”

De acordo com o Executivo, a UBS Baeta Neves acompanha cerca de 1.400 pacientes com transtornos mentais e os médicos generalistas estão capacitados a tratar dos casos leves de Saúde Mental, “sempre com o apoio matricial de um psiquiatra.” A administração destaca que não há fila de espera para o atendimento na área e que os casos crônicos são avaliados regularmente, geralmente de quatro em quatro meses. Já casos de urgência são atendidos de imediato.

O marido de Dalva discorda da afirmação. “Eles falam que não há fila de espera e ficar um ano tentando marcar consulta é o quê, então? Parece coisa de louco.”