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Grande ABC tem 140 mil desempregados
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
24/02/2011 | 07:18
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Andréa Iseki/DGABC


O contingente de desempregados do Grande ABC, que era de 133 mil em dezembro, passou a 140 mil em janeiro. O crescimento, embora assuste, é normal para o mês, quando muitos contratos temporários, selados para reforçar as atividades voltadas ao Natal - tanto no comércio como na indústria e nos serviços - se encerram.

A taxa de desemprego, por sua vez, que em dezembro era de 9,5% do total da PEA (População Economicamente Ativa) - esse foi o segundo percentual mais baixo desde o início da série histórica, em 1998 -, passou a 10,1% em janeiro.

Isso é o que aponta a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), divulgada ontem pelo Seade/Dieese (Sistema Estadual de Análise de Dados /Departamento Intersindical de Estatística e Estudos).

Para se ter ideia, o total deprofissionais empregados na região - considerando trabalho formal como o informal, já que a pesquisa é domiciliar - diminuiu em 19 mil pessoas, para 1,245 milhão. Porém, a PEA foi reduzida em 12 mil, e está em 1,385 milhão.

Em outras palavras, 12 mil pessoas saíram do mercado de trabalho, o que pode ser explicado por conta do fim dos contratos temporários - muitos tinham objetivo de trabalhar só no fim do ano - e outros, como cônjuges e filhos, aproveitam-se do bom andamento da economia para sobreviver sob a renda do chefe da família.

A situação realmente está melhor do que há um ano. O levantamento mostra que em janeiro de 2009, havia 38 mil pessoas a menos no mercado de trabalho, ou seja, menos brasileiros estavam em busca de emprego. O número de trabalhadores empregados também era menor: o total era de 1,206 milhão, 39 mil a menos. Existiam 1.000 desempregados a mais do que hoje.

Em relação às perspectivas para o ano no Grande ABC, o gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian, aponta que a expectativa é a mesma em todo o País, de cautela. "Nos meses de janeiro e fevereiro as empresas ainda estão sem saber o que vai acontecer. O governo é novo, os preços estão mais altos, a taxa de juros também. As empresas, portanto, procuram se livrar de encargos desnecessários. Os únicos que seguem contratando são os grandes, que têm plano de investimento em andamento."

Emprego na indústria ainda está muito aquém do desejado

O emprego na indústria ainda está aquém do desejado, aponta Alexandre Loloian por conta da enxurrada de importações. Embora a pesquisa não se estenda aos setores no Grande ABC, é possível ter ideia por conta dos resultados da região metropolitana de São Paulo.

O setor empregou apenas 43 mil pessoas a mais do que em janeiro de 2010. Em relação a dezembro, houve perda de 20 mil postos de trabalho. "Estamos importando muito mais do que exportando. E grande parte se deve à valorização da moeda. Além disso, estamos exportando empregos para China, Índia e Alemanha, enquanto que esses profissionais poderiam estar trabalhando por aqui. É por esses motivos que a indústria não está crescendo como deveria."

Serviços, por sua vez, gerou 343 mil vagas a mais frente a janeiro de 2010. Ante dezembro, foram 38 mil a menos. Comércio aumentou em 24 mil seus postos no ano e, no mês, dispensou 8.000. Empregos domésticos e construção civil, no ano perderam 75 mil vagas e, no mês, 44 mil.




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