Os números da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid) já comprovam a expectativa do mercado: a migração dos recursos aplicados em fundos DI para os de renda fixa. Enquanto os DI perderam R$ 469,56 milhões no acumulado do ano, os de renda fixa captaram um total de R$ 5,672 bilhões. Segundo especialistas, este é o movimento com a tendência de queda de juros. “Enquanto a economia continuar com bons fundamentos e essa tendência persistir, o movimento natural do investidor é migrar para um renda fixa prefixado, para ter mais rentabilidade”, explicou Ivan Corrêa Filho, gestor de renda fixa do Credit Lyonnais.

Na opinião de José Eduardo Brazuna, gerente de fundos de renda fixa e derivativos do banco Santos, outro fator que favoreceu a boa captação por parte dos fundos de renda fixa foi a vinda de quem antes investia em caderneta de poupança. “Os antigos adeptos da poupança estão buscando maiores ganhos. Além disso, os fundos de renda fixa não sofrem concorrência da bolsa, pois os investidores ainda estão inseguros, já que, ao observar o ano passado, percebe-se grande volatilidade. Renda fixa é um porto seguro que rende bem”, afirmou Brazuna.

A diretora de fundos de investimentos do BCN Alliance, Ângela Assunção, compartilha da mesma opinião e afirmou que o principal motivo para o movimento é a busca por boa rentabilidade. “Esse movimento para os fundos de renda fixa já era esperado devido às quedas nas taxas de juros. Para o resto do ano, a tendência continua sendo de queda, mas os movimentos deverão ser menores”, disse Ângela.

Mesmo que os fundos de renda fixa estejam tendo melhor captação este ano, Brazuna, do banco Santos, recomendou que investidores aumentem a participação em bolsa. “O cenário para renda fixa no primeiro semestre deve continuar bom, mas os investidores devem aplicar também em bolsa. No ano passado, eu sugeria 10% de participação, mas este ano passo para 20%”, recomendou o gestor.