Os grandes esportistas, os de elite, são os mais ameaçados pelo abuso do álcool e das drogas e se divorciam mais, segundo revelaram nesta quinta-feira psiquiatras espanhóis durante um congresso. Entre as doenças mais freqüentes detectadas entre os esportistas profissionais que se aposentam está "o consumo de produtos tóxicos como o haxixe ou a cocaína", revelou o XI Congresso Nacional de Psiquiatria em um comunicado.

"O índice de divórcios e de separações um ano depois da aposentadoria aumenta de maneira espetacular", revelaram os participantes deste congresso, que se realiza em Santiago de Compostela (Galícia, noroeste). "Quando um atleta deixa uma competição de alto nível e perde a atenção da mídia e de seu meio, atravessa freqüentemente uma fase de transição difícil, uma síndrome de aposentadoria", segundo os psiquiatras, que recomendam companhia.

Por falta de estudos precisos é difícil avaliar o aumento do consumo de drogas no momento da aposentadoria esportiva, explicou o doutor Juan Carlos Díaz del Valle. "Mas, segundo os dados epidemiológicos que dispomos, 30% dos esportistas que deixam à carreira começam a consumir abusivamente álcool ou drogas", assinalou o psiquiatra, ex-chefe dos serviços médicos da Federação Espanhola de Ciclismo entre 1996 e 2002.