Um esquema de guerra foi montado para blindar a Seleção Brasileira, ontem, em Curitiba. Cerca de 100 torcedores foram ao aeroporto na esperança de conseguir uma foto ou autógrafo, mas tiveram de ir embora sem recordação alguma. O ônibus da CBF pegou os jogadores ainda na pista e os levou diretamente ao CT do Caju, local da concentração.

O único a aparecer foi o atacante Nilmar, que chegou por volta das 8h em vôo comercial vindo de Londrina-PR. Ele entrou em carro enviado pela CBF e seguiu para a concentração. Dunga, que estava em Porto Alegre, aterrissou em Curitiba 2h41 depois do previsto por conta de atraso no vôo. O comandante também deixou a pista por uma saída estratégica, evitou torcedores e não falou com a imprensa.

Quem teve a ideia de ir ao CT do Caju em busca de contato com os jogadores ficou ainda mais decepcionado. Sob forte esquema de segurança, o local foi vigiado e não houve forma alguma de presenciar os primeiros movimentos dos convocados durante a tarde. Alguns torcedores tentaram subir em árvores, mas logo foram repreendidos pelos seguranças. Até mesmo a imprensa teve entrada na sala de coletiva controlada. Uma enorme fila se formou para o credenciamento e nem todos tiveram acesso ao local.

Alguns torcedores viajaram cerca de seis horas para estarem perto dos ídolos e foram embora chateados. "Queremos ver alguma coisa, chegar perto dos jogadores, mas não dá, a segurança é muito forte. Isso é muito ruim", lamentou um torcedor.

Apesar da decepção, o isolamento da Seleção já era previsto. Desde a convocação, Dunga pediu desculpas à torcida, mas entende que a privacidade é fundamental para a conquista do Mundial. A segurança deve ser a mesma até quarta-feira, quando o grupo deixa o CT do Caju.