Setecidades Titulo
Paciente recebe alta com fratura no fêmur em Sto.André
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
13/06/2003 | 21:23
Compartilhar notícia


A aposentada Maria Eva Mendes Castro, 67 anos, recebeu alta médica duas vezes antes que médicos do CHM (Centro Hospitalar Municipal), de Santo André, descobrissem uma fratura no fêmur da paciente, vítima de um atropelamento na semana passada no momento em que buscava seu salário de aposentada. Maria quebrou o braço e o fêmur no dia 5 de junho, mas o diagnóstico final apontou somente a fratura no braço e ela foi liberada no mesmo dia. Amigos acreditam em negligência médica, e resolveram denunciar o caso.

A descoberta da fratura no fêmur, entretanto, não aconteceu por acaso. Ao chegar em casa em uma ambulância do Rolando Saúde, Maria estava com dor nas pernas e não conseguia andar. “Sou responsável por ela e não aceitei que ela voltasse naquelas condições”, disse o advogado e pastor da Igreja Congregacional de Camilópolis, Josué Barbosa Cordeiro.

Ainda na noite de quinta-feira, dia 5, Cordeiro esteve no CHM e encontrou Maria em uma maca na sala de observação. “Era uma condição desumana. Maria ficou deitada sobre sua própria urina, sem qualquer cuidado.”

No dia seguinte, a paciente recebeu alta novamente, mas ainda estava com as mesmas dores do dia anterior. “Como ela ficava deitada na maca, vi que os pés formavam juntos a letra ‘l’. Isso é sinal de fratura no osso do fêmur”, disse o pastor. E ele estava certo: no sábado – dois dias depois do acidente – um ortopedista deu o diagnóstico e encaminhou Maria para operação em um hospital público de São Paulo. Ela teve alta na quarta-feira passada e está de repouso, em sua casa.

Segundo informou nota da assessoria de imprensa, a paciente queixou-se unicamente de dor no punho. “Foram feitos diversos exames (...) que revelaram fratura de rádio (osso que forma o antebraço), sendo o membro afetado imobilizado e a paciente liberada em seguida.” A nota da secretaria esclarece que as pessoas que se encontravam na casa da paciente não a aceitaram porque não tinham condições de cuidar de uma pessoa imobilizada. Em nenhum momento, o relatório da Secretaria menciona a segunda “entrega” de Maria em casa.

A nota explica ainda que Cordeiro foi ao hospital buscar os pertences da paciente (carteira, documentação e dinheiro) na noite do acidente. “A paciente foi informada sobre seus pertences e que seria mantida nos hospital durante aquela noite, sendo encaminhada pela manhã para o Serviço Social, visto que a igreja não a acolhera. No dia seguinte, ainda no hospital, se queixou de dores no quadril. Ela foi encaminhada novamente para a Ortopedia, onde se constatou a fratura no fêmur, com indicação de cirurgia, a qual não havia condições de se realizar no CHM, sendo a paciente, por isso, encaminhada ao Hospital Pari (em São Paulo).”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;