A descoberta da fratura no fêmur, entretanto, não aconteceu por acaso. Ao chegar em casa em uma ambulância do Rolando Saúde, Maria estava com dor nas pernas e não conseguia andar. “Sou responsável por ela e não aceitei que ela voltasse naquelas condições”, disse o advogado e pastor da Igreja Congregacional de Camilópolis, Josué Barbosa Cordeiro.
Ainda na noite de quinta-feira, dia 5, Cordeiro esteve no CHM e encontrou Maria em uma maca na sala de observação. “Era uma condição desumana. Maria ficou deitada sobre sua própria urina, sem qualquer cuidado.”
No dia seguinte, a paciente recebeu alta novamente, mas ainda estava com as mesmas dores do dia anterior. “Como ela ficava deitada na maca, vi que os pés formavam juntos a letra ‘l’. Isso é sinal de fratura no osso do fêmur”, disse o pastor. E ele estava certo: no sábado – dois dias depois do acidente – um ortopedista deu o diagnóstico e encaminhou Maria para operação em um hospital público de São Paulo. Ela teve alta na quarta-feira passada e está de repouso, em sua casa.
Segundo informou nota da assessoria de imprensa, a paciente queixou-se unicamente de dor no punho. “Foram feitos diversos exames (...) que revelaram fratura de rádio (osso que forma o antebraço), sendo o membro afetado imobilizado e a paciente liberada em seguida.” A nota da secretaria esclarece que as pessoas que se encontravam na casa da paciente não a aceitaram porque não tinham condições de cuidar de uma pessoa imobilizada. Em nenhum momento, o relatório da Secretaria menciona a segunda “entrega” de Maria em casa.
A nota explica ainda que Cordeiro foi ao hospital buscar os pertences da paciente (carteira, documentação e dinheiro) na noite do acidente. “A paciente foi informada sobre seus pertences e que seria mantida nos hospital durante aquela noite, sendo encaminhada pela manhã para o Serviço Social, visto que a igreja não a acolhera. No dia seguinte, ainda no hospital, se queixou de dores no quadril. Ela foi encaminhada novamente para a Ortopedia, onde se constatou a fratura no fêmur, com indicação de cirurgia, a qual não havia condições de se realizar no CHM, sendo a paciente, por isso, encaminhada ao Hospital Pari (em São Paulo).”
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