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Moradora da região completa 100 anos neste domingo
Kléber Werneck
Da Sucursal de São Bernardo
08/09/2001 | 18:01
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Seis filhos, 11 netos, 18 bisnetos e um tataraneto que está por chegar. Toda a família estará reunida neste domingo para comemorar uma data muito especial: os 100 anos de Anunciação de Almeida Claro Geraldes, que, desde 1951, reside em São Caetano.

A história de Anunciação tem início no dia 9 de setembro de 1901, quando nasceu na cidade de Espinhel, em Portugal. A centenária certidão de nascimento escrita à pena e registrada na igreja de Coimbra não deixa dúvidas sobre sua longa trajetória.

Com seus pais e nove irmãos – dos quais outras duas irmãs também estão vivas – ela desembarcou no Brasil, em Minas Gerais, aos 8 anos. Pouco tempo depois, aos 17, casou-se com o feitor Paulo Manoel dos Santos Geraldes, que era 20 anos mais velho, por escolha de sua família.

O casal morou em vários lugares (além de Minas Gerais, interior de São Paulo, e Rio de Janeiro) e em cada um deles teve um filho, num total de seis. Em 1951, chegaram a São Caetano, atraídos pelo pólo industrial que nascia, e não saíram mais da região.

Lembranças não faltam a Anunciação. Mas, entre tantas passagens e momentos, uma época é freqüentemente evocada: a Segunda Guerra, ainda mostra suas cicatrizes. “Entre uma conversa e outra, ela sempre reclama dos desperdícios da atualidade. Compara com a época da Segunda Guerra, dizendo que faltava leite e farinha para fazer a comida e que a água e a luz eram racionadas”, disse Érica Paula Almeida Leite, 25 anos, a bisneta mais nova.

Fonte da juventude – Neste domingo, no dia que chega a um século de vida, a lucidez e a vitalidade já não são mais as mesmas. Mas mantém o bom humor. “Sou como uma criança que está aprendendo a andar”, disse, ironizando a dificuldade de se locomover com o andador no jardim da Casa de Repouso Requinte, no bairro Jardim, em Santo André, onde reside há quase um ano.

Antes, ela morava com familiares em São Caetano e, há quatro anos, ainda ia ao banco e tomava ônibus sozinha. A rotina mudou recentemente quando passou a ter alguns problemas de coração e foi aconselhada pelo médico a repousar.

O segredo? Segundo sua filha caçula, Maria da Conceição, 68 anos, a longevidade é fruto de boa alimentação, vaidade e um cálice diário de vinho do Porto. “Além de comer fruta e se cuidar, ela não dispensa o vinhozinho que toma todo dia”, disse a filha.




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