A Comissao Européia antecipou, nesta quarta-feira, que a estimativa de crescimento na Uniao Européia (UE) para o ano que vem é de 3%, acima portanto do patamar de 2,1% deste ano. ``A economia da UE vai se movimentar em padroes mais elevados no segundo semestre de 1999 como resultado dos avanços no cenário internacional e do aumento da demanda interna, que resistiu à desaceleraçao global', diz um trecho do relatório da Comissao, divulgado duas vezes por ano.

Entre as previsoes do órgao executivo da Uniao Européia está a queda progressiva do desemprego. Dos atuais 9,2% este ano, o índice passará para 8,6% em 2000, chegando a 8% em 2001. A inflaçao, por outro lado, deverá se manter bem abaixo da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE), mantendo-se em 1,5% no ano que vem e em 1,6% no seguinte.

Reflexo do crescente otimismo em relaçao à recuperaçao da Europa, a Comissao reviu a expectativa de crescimento para 2000 e já aposta em patamares acima dos 2,7% previstos em março. Em 2001, segundo a UE, a regiao deverá crescer 3%. Pela primeira vez em vários anos, a economia européia deverá avançar a níveis acima dos registrados nos Estados Unidos. Segundo a Comissao, a economia norte-americana poderá crescer 2,8% em 2000 e 2,5% em 2001.

Para a regiao do Euro, a Comissao previu um avanço econômico de 2,9% em cada um dos dois próximos anos, em comparaçao com os 2,1% deste ano. Onze dos 15 países da UE aderiram ao euro em primeiro de janeiro. ``O primeiro ano do euro permitiu que observássemos uma melhora gradual dos resultados econômicos', disse o comissário da UE Pedro Solbes. ``Um crescimento robusto está a caminho'.

A expectativa de enxugamento dos déficits orçamentários está sendo vista como mais um sinal de que a recuperaçao européia está tomando impulso. ``Esta é uma mensagem muito boa para os investidores e o mercado', comemorou Alexander Kockerbeck, economista do Dresdener Kleinwort Benson em Frankfurt, na Alemanha. "Nos próximos meses, vamos ouvir notícias ainda melhores sobre a regiao do euro".