Diante da ameaça de que a Coréia do Norte teste um míssil, o primeiro-ministro japonês, Keizo Obuchi, pediu esta quinta-feira que sejam criadas leis para especificar o poderio militar do Japao em caso de ataque. ``Considero a legislaçao de emergência um assunto sério', disse Obuchi a 150 funcionários do alto escalao do departamento de Defesa e da Força de Autodefesa, lembrando-lhes a ameaça imposta pelo país stalinista.

``Houve uma época em que a existência das Forças de Autodefesa era um tabu e suas atividades foram liberadas em forma mais estrita do que era necessário', disse o primeiro-ministro nipônico. ``Mas, as Forças estao modificando seu papel de proteçao das vidas e propriedades do povo e atualmente contribuem para a paz internacional', continuou. ``É importante mudar as Forças de Autodefesa para que possam agir de forma eficiente', disse Obuchi.

O Japao tem uma constituiçao pacifista desde o final da Segunda Guerra Mundial, a qual suprime o uso da força para solucionar problemas internacionais. Embora a constituiçao permita a defesa contra um ataque direto, as autoridades japonesas se negaram a especificar opçoes militares na legislaçao por medo de reviverem o fantasma da guerra. ``A legislaçao de emergência pode soar assustadora, mas se nao a tivermos, nos confundiremos em caso de ataque', disse um oficial do Partido Liberal Democrático (situaçao), que pediu para permanecer no anonimato.

A Coréia do Norte deu um susto em Tóquio em agosto do ano passado, ao disparar um projétil sobre o Japao no Oceano Pacífico. Apesar de alegar que o míssil estava sendo utilizado para colocar um satélite em órbita, o Japao viu o lançamento como um teste de armamento.

Depois de vários informes segundo os quais a Coréia estaria se preparando para testes balísticos em julho ou agosto, os japoneses estao se preparando.