Galiano Júnior tem currículo extenso e renomado. Atuou em casos de repercussão nacional, tais como a prisão do casal Nardoni em 2008, acusados pela morte da pequena Isabella, e do médico Roger Abdelmassih em 2009. Ele também foi um dos fundadores do GOE (Grupo de Operações Especiais), que chefiou por duas vezes, atuou por dez anos no Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) na região central de São Paulo, foi titular da Delegacia Anti-Sequestros, entre outros. 

 Seu último cargo foi na chefia do Deinter-6, o departamento de polícia judiciária da Baixada Santista. Agora ele tem o desafio de atuar pela primeira vez no Grande ABC.

 Conforme o delegado, o principal foco da sua gestão serão os crimes contra o patrimônio, porém, sem esquecer das outras ocorrências. “Você não pode ver isolado o roubo, porque ele está associado ao tráfico de drogas, ao uso de menores e a outros problemas. Ou seja, tudo isso vai ser nosso foco nas operações.”

 Segundo ele, 65% dos veículos que são roubados na Baixada Santista acabam sendo abandonados no Grande ABC. Isso acontece pela demora entre a ação e o tempo para o boletim de ocorrência entrar no sistema, de 45 minutos.“Fiz um estudo de inteligência com o tempo para a pessoa ir até a delegacia, esperar fazer o boletim e ele entrar no sistema. São 45 minutos, ou seja, o tempo para o ladrão subir a serra. Ele é esperto e, ao invés de ir para São Paulo, onde tudo é interligado, larga aqui.” 

 Segundo o delegado, a investigação do perímetro de onde o carro foi abandonado, a integração com a Polícia Militar e também a Lei de Desmanches possibilita o caminho para prender essas quadrilhas. 

 Em relação à demora no atendimento e no registro de ocorrência nas delegacias, Galiano Júnior pretende fazer uma portaria para otimizar o processo. “Em Santos fiz isso e, assim que a pessoa chegava na delegacia, o policial já pegava a placa e colocava no sistema.”

 Ele também afirmou que a Delegacia da Mulher é uma prioridade na sua gestão e que estuda como prestar mais apoio as vítimas. Um dos estudos que já está sendo realizado é como prestar esse atendimento aos fins de semana.

 “Você não pode deixar essa delegacia isolada. É preciso integrá-la no contexto de que, depois que o homem agrediu, tem de ser imediatamente preso. Por isso, em todas as operações que eu realizar vão estar inclusos mandado de prisão do tipo, temos 300 deles, em média.”

 Galiano Júnior também elogiou a organização da gestão anterior, principalmente o banco de dados. “O setor de inteligência pode fazer grandes planejamentos de operações porque temos tudo na mão. Há dados sobre crimes que aconteceram em cada quadra, no período em que eu quiser. o que poupa recursos. O Garra daqui é o melhor em produção, supera até o da Capital.”