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Preso bando que fez dois seqüestros
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
31/08/2008 | 07:20
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A Polícia Civil de Santo André prendeu ontem cinco integrantes de uma quadrilha acusada de participar de dois seqüestros, um em Rio Grande da Serra e outro em Mauá. As vítimas foram dois filhos de comerciantes locais.

O que mais impressionou nos crimes foi o modo como a vítima do primeiro seqüestro foi tratada no cativeiro.

Durante quatro dias, ficou algemada a um tronco de árvore dentro de mata fechada em uma chácara de Rio Grande da Serra. O rapaz, de 27 anos, ficou ao relento e foi picado por diversos insetos. Só tinha à disposição uma lona que servia de cobertor. Também teve os longos cabelos cortados.

Essa vítima, filho de um proprietário de mercado em Mauá, foi abordada na cidade em 1º de agosto. Ele foi surpreendido por dois veículos quando chegava ao comércio. Em seguida, foi levado para o cativeiro, em Rio Grande da Serra.

A família só conseguiu pagar 20% do valor do resgate. O rapaz foi libertado perto da estação de trem de Utinga, em Santo André.

Em 27 de agosto, ocorreu o segundo seqüestro. A vítima, desta vez, foi também um rapaz de 27 anos, filho do dono de uma loja de material de construção em Rio Grande da Serra.

Ele foi seqüestrado à 1h, em frente à casa da namorada. O casal foi levado junto até uma estrada de terra, onde a jovem foi liberada. Em seguida, o bando levou a vítima ao cativeiro em um sobrado na Vila Nova Mauá, em Mauá. O primeiro pedido de resgate foi de R$ 500 mil.

"Apuramos que os telefonemas e os veículos usados nos crimes eram da mesma área, entre Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires. A forma de negociação com as famílias também era semelhante. O negociador, por sinal, era gago", afirmou o delegado responsável pela Delegacia Anti-Seqüestro de Santo André, Alberto José Mesquita Alves.

O primeiro a ser preso foi o líder do grupo, Bruno da Costa Dias, 23 anos, em Rio Grande da Serra. Ele entregou o restante da quadrilha e indicou o endereço do cativeiro da segunda vítima. Na madrugada de ontem, policiais foram até lá e encontraram a vítima amordaçada, amarrada e algemada a uma cama. O rosto foi coberto por duas toucas ninjas. O carcereiro do local, Jeverson Francisco dos Santos, o Jê, recebeu um telefonema antes da chegada dos policiais e conseguiu fugir.

Além de Dias, foram detidos Marlon da Silva, 31 anos, o negociador gago Luiz Antônio Alves, 34, Aparecida dos Santos, 22, e Elizângela Inácio Rodrigues.

Uma pistola, diversas munições e três motos envolvidas nos crimes foram apreendidos nas residências de Dias e Alves.

A chácara utilizada no primeiro seqüestro é da família de Dias. Ele tem um perfil diferente dos acusados. É de uma família de classe média e tem nível superior. Formou-se em Tecnologia em Gestão Ambiental. "Infelizmente, há um ano, ele foi influenciado por más companhias. Dei a melhor educação possível. Espero recuperá-lo. Peço desculpas às famílias que sofreram com os seqüestros", afirmou o pai do acusado, José Carlos Dias, 44 anos, dono de uma metalúrgica de médio porte.




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