ouça este conteúdo
|
readme
|
Aos 31 anos, a catarinense Ana Moser, de 1,85 m, que integrou três geraçoes na seleçao brasileira, por 16 anos - em 1996, conquistou a medalha de bronze olímpica, em Atlanta -, está se afastando das quadras por um histórico de contusoes. E perto do que seria a quarta Olimpíada de sua carreira.
Mas ela garante que nao sente tristeza pela despedida. "Nada na minha carreira poderia ter sido melhor, todas as histórias que eu vivi, tudo deu certo, foi uma bençao muito grande", ressaltou. "Nunca ia imaginar tao perfeita como foi."
Ana está deixando o vôlei, pelo qual se declara uma apaixonada para preservar o corpo e o bem-estar futuro, como pessoa. A atleta, que jogou em oito times diferentes, tem uma história de contusoes que inclui quatro cirurgias nos joelhos, duas em cada um, a primeira delas quando tinha 16 anos. "Faria de tudo para disputar a Olimpíada de Sydney, mas nao dá mais, eu sei que nao tenho mais a mínima condiçao de jogar."
Foi uma decisao difícil, para quem jogava desde os 7 anos, construiu sua vida em torno do vôlei e define-se como "uma viciada pela competiçao". Mas Ana Moser já voltou `ex-atleta' do Japao, após a Copa do Mundo, em que atuou em 6 dos 11 jogos da seleçao, sentindo dores insuportáveis no joelho esquerdo a cada movimento - deslocamentos e saltos. Sente dor até para subir uma escada.
Ela vem pensando em deixar as quadras desde o fim da última Superliga, mas tinha a expectativa de disputar a Olimpíada. Os problemas físicos agravaram-se após o Grand Prix, em agosto, e nem mesmo o trabalho especial de preparaçao e a dose máxima permitida de antiinflamatórios, nos últimos meses, davam a ela a segurança necessária para continuar. "Sei que, se jogar, vou quebrar em janeiro", frisou, para explicar por que decidiu nao disputar a Superliga. Ana rescindiu o seu contrato, que iria até 2001, com o BCN. "O que estava muito certo dentro de mim é que nao dava mais."
Ana garantiu que nao está triste. Sente-se compensada pelo esporte. "Até mesmo operar, recuperar, fazer fisioterapia, tudo serviu para eu melhorar como pessoa e atleta." A relaçao de agradecimentos da jogadora incluiu a família, os técnicos Inaldo Manta, já falecido, Sérgio Negrao, Zé Roberto Guimaraes e Bernardinho, os amigos e uma lista de fisioterapeutas e médicos.
No filme que revê em sua mente, estao cenas que lhe dao "grande satisfaçao, de vitórias pela persistência, da maneira humilde e honesta de fazer as coisas", segundo descreveu. "As maiores vitórias ocorreram quando essas virtudes estavam presentes e meu grande orgulho e liçao foi poder construir uma história em grupo." História que acaba com a Copa do Mundo do Japao, em que Ana Moser ajudou a seleçao a conquistar sua vaga olímpica em Sydney, no ano que vem.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.