Os 91,4% dos entrevistados que querem a reduçao da idade representam 2.330 pessoas. Apenas 6,8% dos entrevistados - ou 174 pessoas - foram favoráveis a manter a responsabilidade criminal a partir dos 18 anos, enquanto 1,8% nao soube responder.
Pena de Morte - A pesquisa da Brasmarket indicou também que a maior parte dos entrevistados (38,6%) é favorável à pena de morte. Um total de 27,4% das pessoas ouvidas disse ser contra a pena capital, e 28,5% disseram que a execuçao de criminosos dependeria de outros fatores. Outros 5,5% nao souberam responder.
Na avaliaçao do diretor comercial da Brasmarket, Arthur Alvares Cruz Neto, a pesquisa traduz o sentimento de impotência da populaçao diante da ineficiência do aparelho policial e do Judiciário.
"Hoje, os maiores problemas que a populaçao enfrenta nao sao mais saúde e habitaçao, mas desemprego e segurança. Quando alguém sai de casa, a família nao sabe se a pessoa retorna com vida", disse Cruz Neto.
Outro problema apontado pelo diretor comercial da Brasmarket é a sensaçao de falta de resultados na atuaçao da polícia e do Judiciário. "Muitas pessoas sao assaltadas e nem fazem BO (boletim de ocorrência), porque tomam canseira e nao vêem resultados práticos."
Diante desse quadro, analisa Cruz Neto, prevalece o lado emocional. "Em outras circunstâncias, poucos seriam favoráveis à pena de morte, mas, diante da impotência da polícia, a populaçao reage emocionalmente e vê na execuçao do criminoso uma soluçao radical."
A tese do diretor da Brasmarket ganha força com recentes acontecimentos violentos no cotidiano da capital paulista. A avenida Giovani Gronchi, por exemplo, no Morumbi (Zona Sul), virou palco de assaltos freqüentes, que muitas vezes foram seguidos de assassinatos.
Também recentemente, menores que fugiram da Febem passaram a efetuar assaltos sistemáticos em caixas eletrônicos, deixando a populaçao mais aterrorizada ainda.
Confiança - Os números do levantamento feito pela Brasmarket provam mais uma vez uma tendência que já vem se estabelecendo na populaçao. Em maio passado, o Ministério da Justiça encomendou uma pesquisa e descobriu que o brasileiro confiava pouco na Justiça, aprovava a prisao perpétua e até mesmo a pena de morte para os chamados crimes bárbaros ou hediondos (seqüestros, terrorismo, tráfico, entre outros).
Segundo a pesquisa, 63% dos entrevistados apoiavam a pena de morte para crimes bárbaros, e 81% dos brasileiros concordavam que deveria haver prisao perpétua. O levantamento, encomendado pelo Ministério da Justiça, revelava também, na ocasiao, que 92% dos entrevistados acreditavam que o problema brasileiro nao eram as leis, mas a própria Justiça, "muito lenta", no entender dos entrevistados.
Polêmica - O ministro da Justiça, José Carlos Dias, defendeu recentemente, em uma entrevista concedida à revista Época, idéias polêmicas para reduzir a populaçao carcerária, que atualmente chega a 195 mil detentos.
Dias quer o fim da classificaçao de crime hediondo, a descriminalizaçao do uso de drogas e a adoçao da tese do direito penal mínimo, que é a troca da condenaçao de crimes leves (estelionato, furtos e crimes do colarinho-branco) por penas alternativas.
O objetivo do ministro é reduzir o déficit de 88 mil vagas existente hoje no sistema carcerário brasileiro.
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