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Ladrões ‘limpam’ centro comercial
Paula Nunes
Do Diário do Grande ABC
23/08/2006 | 22:17
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Inaugurado em junho de 2004, o Centro de Negócios e Serviços do Conjunto Habitacional Prestes Maia, em Santo André, está abandonado. O local, construído para abrigar pequenos comércios, um centro comunitário e um posto de saúde, foi deixado de lado pelo poder público logo depois de cortada a faixa inaugural. A Prefeitura diz que não há comerciantes interessados em locar os boxes. Com iluminação precária, numa via de pouco movimento, o local virou ponto de traficantes de drogas, moradia para mendigos e alvo de ladrões, que retiram do espaço tudo que é possível: das grades dos ralos até pias e vasos sanitários.

“Queríamos um centro comunitário onde todos os moradores pudessem ocupar”, conta o membro da Associação de Moradores do Prestes Maia, Luis Carlos de Lima. Mas, o que ele viu depois de tudo pronto foi o espaço sendo pouco a pouco saqueado por ladrões e moradores de rua. “Cada hora que passa vão levando um pedacinho”, garante. Segundo Lima, os problemas são levados até a prefeitura “que não dá resposta”.

A falta de iluminação e segurança são os principais fatores que espantam os comerciantes e a comunidade do centro comercial, construído pela Emhap (Empresa Municipal de Habitação Popular) e hoje administrada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Ação Regional. O secretário, Luis Paulo Bresciani, diz que desde dezembro tem conhecimento das dificuldades enfrentadas no espaço e justifica que “falta de segurança ocorre em outros lugares também, não só lá”. Bresciani diz ainda que as ações de vandalismo e iluminação precária “estão sendo discutidas com a Emhap”.

Na prática, até agora nada foi feito. Não existe nem mesmo prazo para que o centro comercial receba mais pontos de luz e muito menos rondas periódicas da Guarda Civil Municipal. A associação de moradores, por sua vez, tem uma sugestão para a falta de iluminação. Mudar a localização de sete holofotes que ficam na frente do espaço e iluminam uma placa da prefeitura que nem existe mais, manejando dois deles para os fundos e dois para as laterais. Planejam fazer isso com dinheiro do próprio bolso. Mas para a segurança, dependem do poder público. “Nem polícia vem até aqui”, assegura Lima.

Ao todo, são 10 boxes e um centro comunitário. Dois boxes estão ocupados e outros dois licitados. Um deles abrigará a nova lanchonete e já foi alvo de ladrões que levaram tudo, até a pia do comércio, instalada há poucos dias.

Para o vereador Jurandir Gallo, que acompanhou do projeto a sua finalização, o problema atual é reflexo da falta de entendimento entre a prefeitura e os moradores. “O que se vê ali é o equívoco do planejamento urbano que deixou o espaço totalmente aberto e não gerou nenhuma atividade que chamasse a comunidade” , considera.




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