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Jefferson Peres será o relator do 3° processo contra Renan Calheiros
Da Agência Brasil
10/10/2007 | 14:57
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Depois de quase dois meses de indefinição, o presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), escolheu nesta quarta-feira o relator do terceiro processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro parlamentar. Será o senador Jefferson Peres (PDT-AM). Ele vai investigar a denúncia de que Renan teria usado ‘laranjas’ para comprar veículos de comunicação em Alagoas em sociedade com o usineiro João Lyra.

De acordo com Peres, a primeira medida a ser tomada será pedir cópia das declarações do usineiro dadas ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), que chegou a iniciar as investigações sobre o caso.

Conforme decisão do presidente do Conselho na reunião da semana passada, os relatores das representações contra Renan têm prazo preliminar até 2 de novembro para entregar seus relatórios.

“Vou fazer o possível para entregar o relatório até o dia 2, embora seja Dia de Finados”, brincou Jefferson Peres. A oposição ameaça iniciar uma nova obstrução nas votações realizadas no plenário do Senado caso tudo não esteja resolvido até esta data.

Apesar de ter pedido o afastamento de Renan da presidência da Casa desde o início da crise,  Peres disse que fará um relatório com base em provas e não político. Segundo ele, o fato de ter sido escolhido relator de representação não vai influenciar sua posição em favor do afastamento.

“Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Mesmo que seja absolvido, não acho que ele tenha condições de continuar na presidência”, comentou Peres, que no ano passado foi candidato a vice-presidência da República na chapa do também senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

Além dos três processos que ainda correm contra ele no Conselho de Ética, Renan Calheiros pode ter de responder a mais um. Nesta terça, o PSDB e o DEM entraram com uma nova representação contra o peemedebista junto à Mesa Diretora do Senado. Desta vez, ele é acusado de ter articulado um esquema para espionar os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO), com a intenção de produzir um dissiê contra os oposicionistas.

“A quinta representação não chegou ao conselho. Quando chegar, vamos procurar dar o tratamento que ela merece”, disse o presidente do colegiado, Leomar Quintanilha, que também negou qualquer tipo de pressão para colocar Peres na relatoria.

Outros casos -
No primeiro processo, em que era acusado de ter contas pessoais pagas pela Construtora Mendes Júnior – no caso a pensão de uma filha que teve em um relacionamento extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso – Renan foi considerado culpado pelo Conselho de Ética e pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas foi absolvido em plenário e escapou de ter seu mandato cassado.

Já no segundo processo, o peemedebista é suspeito de ter revertido uma dívida de cerca de R$ 100 milhões da Schincariol com órgãos do governo, para que em troca a cervejaria comprasse uma fábrica do seu irmão, o deputado federal Olavo Calheiros (PMDB-AL), acima do preço de mercado.

Este processo ainda tramita no Conselho de Ética e o relator do caso é o senador João Pedro (PT-AM). Ele deve apresentar seu relatório final sobre a acusação no início do próximo mês.

No quarto, cujo relator é Almeida Lima (PMDB-SE), principal integrante da ‘tropa de choque’ do presidente do Senado, Renan é suspeito de ter participado de um esquema de arrecadação de propina em ministérios comandados pelo PMDB.



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