Cerca de 40% dos trabalhadores da unidade da Pirelli Pneus em Santo André pararam ontem à tarde, por cerca de meia hora, para ouvir os argumentos do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região, que reivindica o fim das horas extras nas empresas do ramo.

O presidente do sindicato, Terezinho Martins da Rocha, tem convocado nesta semana os funcionários de várias empresas para a assembleia que a entidade fará no domingo às 9h, no próprio órgão, em Santo André. "Muitas companhias estão fazendo com que os trabalhadores fiquem muito além dos seus horários de trabalho, sendo que o permitido são apenas duas horas, no caso de empresas que oferecem só meia hora de almoço. A Pirelli é um exemplo. Temos notificado casos em que alguns empregados estão trabalhando 12 horas por dia. Por um lado é bom, porque eles recebem mais no fim do mês, mas isso é ilegal", destaca Rocha.

O sindicalista disse que estaria na porta da Pirelli novamente às 22h, de ontem, para conversar com os trabalhadores que não compareceram ao encontro da manhã. Hoje, o sindicato fará o mesmo discurso na Firestone, em Santo André. "Visitamos várias empresas em Diadema, em Guarulhos e queremos reunir o maior número de funcionários para discutir as horas extras exageradas."

A Pirelli não quis comentar o movimento de ontem pela manhã na porta da fábrica. A empresa responde por 40% da produção nacional em toneladas de pneus, sendo que um em cada dois automóveis de passeio no Brasil saiu da produção com pneus Pirelli.