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Menores ameaçam funcionários de abrigo
Rogério Gatti
Do Diário do Grande ABC
13/03/2007 | 22:58
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Educadores que trabalham na Casa de Acolhida de Santo André são ameaçados constantemente pelos 11 menores que moram no local. Nos últimos dias, o afrontamento aumentou, o que resultou num tumulto no domingo em que a polícia foi chamada pela vizinhança.

“Eles não respeitam ninguém e quem trabalha lá tem medo do que pode acontecer. Tentamos conversar, mas o enfrentamento é muito grande”, contou um profissional que já trabalhou no local. “É um barril de pólvora”, disse.

Na casa, moram atualmente 11 adolescentes, entre 12 e 17 anos, encaminhados pelo promotor da Vara da Infância e da Juventude. São jovens em situação de risco que ficam provisoriamente no abrigo municipal até serem encaminhados para casa ou para lares provisórios.

Segundo os monitores, o problema é que os garotos não têm respeito com os funcionários. Eles ficam na rua durante o dia, entram em casa agressivos e sob o efeito de drogas. “Quando chegam alterados, xingam, gritam e brigam entre eles. Quem se intromete, ouve ameaças de agressão”, contou o funcionário que pediu para não ser identificado.

Os problemas aumentaram desde o dia 1º de março, quando a casa recebeu provisoriamente educadores ligados ao Instituto Castanheira de Ação Cidadã. Esses profissionais ficaram à mercê da vontade dos menores.

No último domingo, alguns deles saíram durante o dia e voltaram tarde da noite com mais três amigos. Ao ouvir dos educadores que lá só poderiam entrar garotos encaminhados pelo Coselho Tutelar ou por projetos da Prefeitura, os adolescentes que moram no local desafiaram os monitores: “A casa é nossa e nós vamos abrigar os irmãos”, teriam dito. Quando os educadores insistiram que não era possível, os menores decidiram que todos dormiriam na rua. Entraram na casa e começaram a pegar os colchões para levar para a calçada. Quando os educadores, seguindo recomendação do Instituto Castanheira, foram para a frente da casa para não entrar em confronto com os menores, eles invadiram a casa gritando palavras de ordem, chutando portas e arrancando fios do telefone.

A polícia foi chamada para controlar a situação. Dois menores foram levados para a delegacia onde foram ouvidos pelo Conselho Tutelar.

A Casa de Acolhida é administrada e mantida pela Prefeitura em parceria com a ONG (Organização Não-Governamental). A casa hoje funciona na Vila Pinheirinho e mudará de endereço no dia 21, quando a ONG Travessia assumirá o gerenciamento.

A diretora de Serviço Social da Prefeitura de Santo André, Márcia Leal, afirmou que os jovens que ficam na casa tiveram problemas em familiares ou não têm onde morar. “Esse comportamento de revolta e enfrentamento é típico de adolescentes que foram vítimas de rejeição e violência em casa”, acredita. “Eles estão passando por um processo de socialização.”

Segundo Márcia, O Instituto Castanheira foi contratado por um mês porque houve atraso na entrega do novo espaço, local, segundo ela, muito maior e onde haverá mais atividades para os adolescentes.




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