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Sto.André rola a bola na elite
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
16/11/2008 | 07:00
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Beneficiado pelo tropeço do Vila Nova, o Santo André pôde, enfim, comemorar o retorno (24 anos depois) à elite do futebol brasileiro. A redenção se deu a duras penas - entra e sai de aeroportos, viagens longas e cansativas, hostilidade de torcidas adversárias -, mas veio.

A caminhada inicial foi preocupante. O time perdeu os dois primeiros jogos para equipes que nas rodadas seguintes passariam a visitar a zona de rebaixamento (Bragantino e Brasiliense). Seria mais um ano de incertezas?

As rodadas seguintes diriam que não. A troca de técnico, Fahel Júnior por Sérgio Soares, foi inevitável. No jogo seguinte (terceira rodada), o time venceu o Bahia no Brunão e, a partir da 11ª rodada, quando empatou em casa (1 a 1) com o poderoso Corinthians, deu sinais de maturidade e passou a mostrar regularidade.

Apesar dos dois únicos tropeços no Bruno Daniel (Brasiliense e Ponte Preta), a equipe mostrou força, mesmo fora de casa, como nas goleadas sobre Barueri (5 a 1) e Gama (4 a 0). O Ramalhão deu o pulo-do-gato para chegar ao G-4 justamente quando começou a vencer fora de casa e bater os concorrentes diretos atuando diante de sua torcida, como ocorreu com o Avaí (1 a 0) e Vila Nova (2 a 1).

A campanha foi um reflexo das medidas adotadas em 2007, ocasião em que criou-se o Santo André empresa, quando um grupo de empresários, capitaneados por Ronan Maria Pinto, passou a comandar o futebol do clube.

Naquela ocasião, o Ramalhão estava na UTI, prestes a ser rebaixado à Série C. A mudança na presidência (saiu Jairo Livolis e assumiu Romualdo Magro Júnior, atual vice de Ronan) veio na medida. A equipe sobreviveu à tormenta e permaneceu na Série B.

A quase certeza do acesso, como avalia o presidente da Tuda (Torcida Uniformizada Dragão Andreense), Ovídio Simpionato, veio com a conquista da Série A-2 do Paulista no primeiro semestre. "Ali, a gente sentia a união do grupo, notava que havia uma ambição. A certeza que iríamos subir veio na metade do primeiro turno da Série B", diz.

É a segunda vez que o Santo André disputa a Série A. Em 1983 ficou entre os quatro primeiros no Campeonato Paulista e garantiu vaga na Copa Brasil (como era chamado o Brasileirão na época) de 1984.

O time fez grande campanha. Surpreendeu ao vencer o Grêmio, de Renato Gaúcho e cia, até então campeão do mundo por 1 a 0. Um fato marcou a partida. Antes do jogo, os gremistas afirmavam que para vencê-los o adversário teria que ser de outro planeta.

O Santo André poderia ter ido mais longe, chegou à terceira fase, mas foi eliminado em um grupo que tinha o Fluminense, que vivia a grande fase do Casal 20, formado por Washington e Assis e que mais tarde ficaria com o título. No final, a décima posição foi muito comemorada na cidade.

Vinte anos depois, o Ramalhão atingiu sua maior glória. Após eliminar clubes como Atlético-MG e Palmeiras, chegou à final da Copa do Brasil e levou o título ao derrotar o Flamengo, por 2 a 0, no Maracanã. Graças à conquista, em 2005, teve inédita participação na Libertadores, mas foi eliminado na primeira fase.

Para a torcida, a fase de altos e baixos acabou. "Hoje existe planejamento. O grupo que gerencia o futebol parece mesmo estar disposto a fazer o clube crescer. A mentalidade é outra", declarou Simpionato.




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