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Uruguai consegue a liberação de Recoba
Alec Duarte
Da AS/Especial para o Diário OnLine
De Montevidéu
27/06/2001 | 20:40
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Os problemas não dão trégua à seleção do Uruguai. Ontem, explodiu mais uma bomba na concentração da equipe: a suspensão de um ano do atacante Alvaro Recoba, punido pela justiça esportiva da Itália por ter usado um passaporte falso. A AUF (Associação Uruguaia de Futebol) conseguiu, junto à Fifa, uma autorização para que Recoba entre em campo domingo, no Estádio Centenário, no jogo decisivo contra o Brasil pelas eliminatórias.

“Como se trata de uma decisão judicial em primeira instância, fizemos uma consulta à Fifa e está tudo esclarecido. Recoba poderá jogar partidas internacionais até que o caso seja julgado em definitivo”, explicou o presidente da AUF, Eugenio Figueiredo. Pelo menos na Itália, Recoba já está oficialmente suspenso de qualquer partida oficial por seu clube, a Inter de Milão.

O advogado de Recoba, Alejandro Lavalle, também demonstrou otimismo ao comentar o recurso que já impetrou, na Itália, para tentar reverter a decisão. Para ele, o caso deverá deixar a esfera esportiva e ir parar na Justiça comum caso os interesses de seu cliente não sejam “adequadamente julgados” pelas autoridades esportivas italianas.

De Maldonado, onde está concentrado com a seleção, Recoba ficou livre de dar declarações a respeito da punição porque ontem todas as atividades do time foram fechadas e até mesmo a presença da imprensa no Hotel Posta del Lago foi vetada. Na terça-feira, o craque havia dito que estaria até mesmo disposto a manter a forma numa equipe de várzea e voltar ao futebol profissional quando a suspensão - que poderia ter sido bem maior, de três anos - acabasse.

Por enquanto, essa hipótese está descartada. Segundo Lavalle, há uma boa possibilidade de Recoba ser emprestado pela Inter ao Nacional, de Montevidéu, se o advogado conseguir fazer com que a suspensão fique restrita à Itália. Essa é a maior briga do representante do jogador no momento. “Se houve um problema judicial na Itália, ele não pode ser extensivo a todos os países do mundo. É uma questão de direito internacional”, afirma Lavalle.

A apelação em segunda instância foi formulada ontem mesmo e Lavalle espera que a decisão final demore no máximo mais três meses, tempo em que Recoba não poderá jogar pela Inter. “Temos certas esperanças porque há jurisprudência favorável”, garante o advogado, que falou aos jornalistas no lado de fora da concentração do Uruguai. Muitos repórteres esperaram, em vão, por uma declaração de Recoba, que só deve se pronunciar oficialmente amanhã, quando a Celeste será obrigada a encarar a imprensa, já que há uma entrevista coletiva programada.

Bastidores Tão logo soube da punição a Recoba, o presidente da AUF, Eugenio Figueiredo, agiu nos bastidores aproveitando a reunião extraordinária da Confederação Sul-Americana de Futebol, em Buenos Aires, que discutiu a mudança de sede da Copa América. O encontro teve a participação de membros do comitê executivo da Fifa, que estão na Argentina por causa da realização da Copa do Mundo da categoria sub-20.




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