Considerado peça chave para remendar o racha tucano de Diadema, o vereador José Dourado (PSDB) ficou irritado com a proposta do também parlamentar Lauro Michels (PSDB) para garantir a legenda do partido e disputar a Prefeitura em 2012. Para ele, a intenção de Michels em cooptar apoio de lideranças do PSDB, como o deputado estadual de São Bernardo, Orlando Morando e do federal de São Paulo, Silvio Torres, para carimbar o passaporte na corrida pela cadeira de Mário Reali (PT) está "errada".

"A pior coisa é conseguir as coisas de cima para baixo. É sem futuro. Se é esse o caminho dele, está fazendo totalmente errado. Quem tem os votos somos nós, não é com voto de São Paulo ou São Bernardo que ele vai ser eleito. O Orlando tem muito a ver com São Bernardo, não com Diadema. Silvio Torres só vem buscar os seus 2.000 votos aqui em Diadema, que são votos de quem o apoiou. Eu não devo nada para os deputados. Tenho amigos na executiva estadual, mas jamais os usaria para conseguir as coisas aqui. Se for assim, ele fica com o partido, mas sem os militantes", reclamou Zé Dourado.

Michels pretende formar um grupo de lideranças em Diadema e no Estado para apoiar o projeto de disputar a Prefeitura, o qual ele chama de grupo de "renovação". Entre os apoiadores estão, além de Morando e Torres, o vereador Márcio Pascoal Giudicio, o Márcio da Farmácia, o ex-prefeiturável e ex-vereador Ricardo Yoshio (PMN) e suplentes de vereador. Com isso, o vereador pretende jogar o peso político para cima do deputado estadual não reeleito José Augusto Ramos da Silva (PSDB), quem preside o partido na cidade e quem foi o candidato da legenda nas cinco últimas eleições municipais e convencê-lo de abrir mão da candidatura.

Durante a campanha eleitoral deste ano, Michels e Márcio da Farmácia apoiaram a reeleição de Morando, fato considerado responsável pela derrota de Zé Augusto. "Ele deveria pedir desculpas e reconhecer que errou. Ele sempre me procura e diz que sou fundamental para mediar a conversa com o Zé Augusto, mas se for dessa forma eu estou fora", comentou Zé Dourado.

O Plano B de Michels, caso a empreitada tucana fracasse, seria a troca de partido para garantir a legenda. "O plano B é bem melhor", avisou Zé Dourado. Michels não descarta a composição com o grupo de Dourado e Zé Augusto. Para ele, os dois são peças chave da oposição, mas garante que não vai abrir mão da candidatura em 2012.

Zé Augusto e o vereador Márcio da Farmácia não foram localizados ontem pelo Diário.