O presidente da Parmalat Brasil disse que são necessários R$ 75 milhões para sobrevivência da empresa. A companhia está pressionando o governo federal para conseguir a edição de uma Medida Provisória (MP) que coloque em vigor a Lei de Falências já aprovada pela Câmara e que tramita no Senado. A MP, observa Gonçalves, pode ser uma maneira de gerar esses fundos. “Isso é o que precisamos”, afirmou.
Gonçalves lamentou a falta de apoio financeiro e disse que possui uma autorização da matriz para negociar a venda da Parmalat Brasil. Por outro lado, ressaltou que a folha de pagamento dos funcionários está em dia e que a empresa ainda é viável. "Podemos continuar operando", ressaltou.
Parlamentares da Comissão Especial da Câmara, que acompanha a crise na Parmalat, defendem a intervenção federal para garantir a saúde financeira da empresa. A idéia ainda está sendo discutida.
Segundo o deputado Leonardo Vilela (PP-GO), “a edição da MP permitiria uma injeção de capital de outros parceiros da empresa, viabilizando as unidades, mantendo o pagamento dos produtores e permitindo a viabilização da empresa. Do jeito que as coisas estão, ela pode fechar as portas”.
A Parmalat Brasil S.A fechou as portas de quatro unidades e três operam com problemas. A paralisação é resultado da crise da multinacional italiana Parmalat, que deixou a subsidiária brasileira em situações precárias. Segundo informações da companhia no Brasil, o principal problema que as fábricas enfrentam é a falta de matéria-prima para dar continuidade ao trabalho.
O presidente da Parmalat Brasil destacou ainda que a empresa tem 6,2 mil empregados, 20 mil fornecedores e representa 5% do mercado de leite no país. Ele lamentou a falta de apoio internacional que tem colocado a Parmalat Brasil em uma situação de "desconforto".
Gonçalves observou que a empresa possui R$ 130 milhões em fundos recebíveis, mas há dois meses, quando começou a crise, os bancos têm retido todo o dinheiro. “A empresa se vê cada vez mais impossibilitada em administrar seu fluxo de caixa”, disse.
Itambé - Em reunião com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o presidente da Itambé, José Pereira, informou que a indústria tornou-se responsável pela compra de 40 mil litros de leite por dia que eram vendidos para a Parmalat.
Segundo Pereira, a empresa está comprando leite dos produtores de Goiânia, a única área de captação que a Itambé e a Parmalat têm em comum. Ele disse também que não tem como comprar uma maior quantidade pois, devido à distância, fica inviável o transporte de leite "in natura".
“A possibilidade de a Itambé comprar alguma unidade da Parmalat é muito remota. Além disso, acho que a fábrica não pode ser vendida. Deve haver uma solução negociada entre todas as partes”, disse Pereira.
Com Agência Brasil
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