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Trabalho anônimo e que dá resultados
Thiago Silva
Do Diário do Grande ABC
22/03/2011 | 07:16
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Por muitas vezes longe dos olhares dos torcedores, o trabalho conjunto da fisiologia e da preparação física do São Bernardo tem sido grande trunfo do time no Campeonato Paulista, principalmente por conta do equipamento Reflotron, que consegue analisar o desgaste de cada atleta após treinos e partidas. Assim, é possível diminuir consideravelmente o número de lesões musculares.

O aparelho é Analisador Bioquímico Portátil e faz, entre outros parâmetros, a leitura do CK (creatina-quinase), enzima que indica a fadiga muscular. O fisiologista Luciano Capelli coleta pequenas amostras de sangue e analisa os resultados, que são repassados ao preparador físico Deivid Marques, que pode realizar trabalhos diferenciados com cada atleta.

"No início da temporada, fiz análise de todos os jogadores, com eles descansados e cansados, e montei a escala de classificação de cada um. A partir daí, faço coleta periodicamente e, caso o resultado de algum atleta esteja acima do permitido, o Deivid realiza outro trabalho específico", explicou Capelli.

O trabalho em conjunto deu resultado já nesta temporada, que teve somente o lateral-esquerdo Kauê afastado do time por mais de uma partida devido à lesão muscular - ele sofreu contusão no adutor da coxa esquerda. "Com este trabalho (do Capelli), diminuímos a chance de lesão muscular, porque não sobrecarregamos o atleta", garantiu Deivid Marques. E alguns jogadores do São Bernardo merecem atenção especial. O atacante Danielzinho, pelo próprio porte físico, e o volante Dirceu, pela idade - 33 anos -, são constantemente avaliados. O primeiro, inclusive, foi poupado nos dois treinamentos anteriores ao jogo da vitória (2 a 0) sobre o Linense, domingo.

"Antigamente, o Danielzinho não suportava atuar os 90 minutos porque não tinha fôlego. Agora ele está diferente, atuando as partidas inteiras. Inclusive ganhou massa muscular, e passou de 64 para 70 quilos", destacou Capelli. "Já o Dirceu não é mais garoto, apesar de se cuidar muito bem. Precisamos realizar com ele trabalho muito mais específico para evitar contusões", emendou Deivid Marques. Apesar de todo trabalho, o volante foi vetado para enfrentar o Linense, momentos antes do jogo. Ele sentiu dores na coxa direita.

Para Capelli, os resultados seriam negativos, caso não tivesse a confiança da comissão técnica e da própria diretoria, que investiu na compra do aparelho. "O Estevam acredita muito em nós. Como é exigente nos treinamentos, ele sempre está pedindo os resultados para ter noção do desgaste do elenco. Talvez, outro treinador não daria muito valor para este tipo de trabalho", elogiou Capelli.

Segundo o fisiologista, o equipamento foi comprado no ano passado, quando o time ainda disputava a Série A-2 do Paulista. "Fiz o pedido e a diretoria aceitou. Foi investimento que nos ajuda muito. Somente os clubes grandes têm esse equipamento", lembrou. O Reflotron custa cerca de R$ 30 mil.

 

Equipamento também indica teor de álcool no organismo

 

Os jogadores do São Bernardo precisam tomar cuidado porque o Reflotron não analisa somente o desgaste físico do atleta. O aparelho faz a leitura no total de 17 parâmetros, inclusive do Gama GT, que indica o teor de álcool no organismo consumido até 48 horas antes.

No entanto, o fisiologista Luciano Capelli afirmou que não faz este tipo de análise porque nunca houve problema no São Bernardo com jogador que tivesse ingerido bebida alcoólica em excesso. "Mas, caso houver, poderíamos realizar esse tipo de análise também. O equipamento nos dá essa possibilidade", afirmou ele.

TIME

Depois da vitória em Lins, os titulares se reapresentaram ontem à tarde na academia no Clube da Volks, enquanto o restante treinou com bola no campo da Associação. Hoje à tarde, todos trabalham no Estádio 1º de Maio. Suspenso na última partida, William Favone retorna ao time, enquanto os volantes Zé Forte e Dirceu, lesionados, serão reavaliados pelo departamento médico.




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