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Joanna Maranhão supera trauma de infância e sonha com Pequim
Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
08/02/2008 | 07:15
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A pernambucana Joanna Maranhão conheceu o céu e o inferno nos últimos quatro anos. De queridinha na Olimpíada de Atenas-2004, quando se tornou a única nadadora a alcançar a final olímpica nos 400 medley, a atleta caiu de rendimento e viu-se sem apoio da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

Em entrevista ao site Gazetaesportiva.net, a pernambucana revelou que a má performance nos últimos anos não estava ligada apenas a queda de rendimento nas piscinas. Um abuso na infância a impedia de fazer o seu melhor. Joanna treina na França para alcançar sua melhor performance e brigar pelo índice no Sul-Americano, que vai ser realizado no Pinheiros, em março.

Sem papas na língua, Joanna também falou sobre a situação de Rebeca Gusmão, suspensa preventivamente pela Fina (Federação Internacional de Natação) por doping, além de sofrer processo na Justiça por falsidade ideológica.

“Passei por maus bocados nos últimos três anos. A verdadeira história é que na infância fui molestada pelo meu técnico. Para ser mais exata, quando tinha nove anos. Mas a mente tem um poder incrível e durante todos esses anos eu tentei convencer a mim mesma que nada daquilo tinha acontecido, que tinha sido fruto da minha imaginação”, afirmou a nadadora, que nem pensa em procurar a Justiça.

A nadadora revelou que só teve coragem de contar o que aconteceu à sua mãe no ano passado. “O medo de cair na piscina vinha daí. Os abusos aconteciam no clube, dentro da piscina. Foi muito traumatizante, não foi fácil, mas eu superei”, disse.

CASO REBECA

Joanna crê que o doping de Rebeca Gusmão pode atrapalhar o desenvolvimento da natação feminina. Entretanto, ela acredita que a brasiliense está sendo enquadrada como a única culpada no caso.

“O controle de dopagem tem de ser mais severo, tem muito mais gente. A Rebeca foi só uma e é uma pena que ela pague por isso sozinha. Se fosse feito exame de doping nas categorias de base e nas finais A do Troféu Brasil, acho que, por baixo, dez pessoas seriam pegas”, revelou.

Para Joanna, os testes ainda são muito falhos no Brasil. “Não ponho a mão no fogo por ninguém. O que aborrece é que tem gente que melhora três segundos numa prova de 100 metros em meses e não é testado. Eles testam sempre as mesmas pessoas! Como vão descobrir a origem desse jeito?”, questionou.



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