Olivetti foi Deus e o Diabo na terra da MPB que precisava se vestir para a festa da democracia. Os violões e as lamúrias não faziam mais sentido e deixavam uma constelação na encruzilhada: ou o artista se reinventava ou estaria fadado ao sumiço. Quem decidiu seguir em frente, passou pelas mãos de Olivetti. Quem não passou, perdeu o bonde.
Os anos 1980 não foram fáceis pra ninguém, mas poderiam ter sido piores sem os novos grooves do produtor. Olivetti dava o norte e apontava o rumo, por mais impróprio que ele parecia ser. Os sons orgânicos e acústicos dos anos 1970 seriam engolidos por efeitos de estúdio, sintetizadores e baterias eletrônicas aos quais muitos artistas se submeteram, a princípio, de cabeça baixa, pagando a taxa para renovar o passaporte. E então, a crítica especializada, na era em que a crítica era o terceiro poder da indústria fonográfica, divorciou-se do sucesso e subiu a guarda ao nome de Olivetti, "o pasteurizador". No momento em que parte, seu nome está em franco processo de reavaliação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.