De acordo com freqüentadores do parque, alguns peixes começaram a morrer na última quarta-feira, mas neste sábado a situação piorou. Entre as espécies identificadas nas margens do lago ontem estavam tilápias, bagres, carás e traíras.

O técnico em radiologia Darwin Pereira, 27 anos, que freqüenta o parque todo fim de semana, disse acreditar que o problema tenha sido provocado pelo despejo de esgoto industrial nas proximidades das nascentes que formam os lagos. “Dá pra ver um líquido escuro caindo no lago. Isso não é só água, pois cheira muito mal”, disse. O cheiro que exalava do local se assemelhava a amoníaco e provocava ardência no nariz e nos olhos.

Para o retificador João de Souza Moura, a causa de tudo isso poderia ser facilmente identificada. “Era só limpar o terreno (coberto de mato) nas proximidades da nascente e identificar de onde sai esse material”, disse. A poucos metros desse ponto existe uma espécie de tanque cheio de um líqüido marrom, que tem a aparência de esgoto doméstico.

De acordo com informações do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), técnicos da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) foram chamados no fim da tarde deste sábado para coletar amostras da água do lago. Segundo a gerente da Geplan (Gerência de Planejamento, Licenciamento e Controle Ambiental) do Semasa, Luciana Toma, o material seria enviado para análise.

Essa não é a primeira vez que há mortandade de peixes nas lagoas do Parque Central. Há exatamente um ano, em julho do ano passado, o problema aconteceu na outra lagoa, que fica em um terreno em desnível.

Na época, a Prefeitura informou que a mortandade aconteceu por causa da estiagem. A pouca água e uma grande quantidade de peixes teria diminuído a oxigenação da água e feito com que os peixes morressem. Nessa ocasião, não havia um cheiro tão ruim e forte.