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É a segunda vez em São Paulo que um helicóptero é utilizado para resgatar detentos de presídio. Em 17 de janeiro do ano passado, numa ação arrojada, os assaltantes Aílton Alves Feitosa e Dionísio Aquino Severo foram resgatados da Penitenciária José Parada Neto, também em Guarulhos.
Os dois foram recapturados. Severo acabou assassinado no Centro de Detenção do Belém. Por causa dessa fuga os presídios passaram a ter cabos de aço atravessando pátios e campos de futebol para impedir a descida de helicópteros.
Domingo era dia de visita no presídio, que fica no quilômetro 13 da Via Dutra. Às 16 horas mais de 400 pessoas estavam no pátio da penitenciária, que tem 1.785 detentos.
Na capital, na zona norte, o piloto Alexandre Frederico Almeida Colasso, de 28 anos, da Álamo Táxi Aéreo, estava se preparando para decolar. Na noite de sábado fora avisado pelo dono da empresa que haveria um vôo panorâmico para a tarde de domingo. Colasso tentou passar o vôo para outro piloto, pois queria ficar com a filha que nasceu faz cinco dias. Mas não conseguiu substituição.
Dois homens, um deles carregando uma bolsa, e o outro com uma filmadora, entraram no Bell Jet Ranger e disseram que pretendiam fazer um vôo na região dos Jardins e o reconhecimento de terras em Guarulhos. Os dois homens ao se acomodarem no helicóptero com capacidade para quatro passageiros – o piloto e mais três –, disseram que Colasso não se preocupasse, pois a viagem não passaria de uma hora, quando viram o filho do piloto de 4 anos que iria esperar por ele no Campo de Marte. O helicóptero decolou depois das 16 horas. Quinze minutos depois estava sobre a laje do presídio.
Colasso, atingido por um tiro no peito, foi levado para o Hospital das Clínicas num helicóptero da Polícia Militar. Os dois homens que seqüestraram o piloto e Santos foram transferidos de ambulância para o Hospital Padre Bento, em Guarulhos.
Condenado por vários assaltos a 25 anos e 4 meses, Alexandre dos Santos, o Seco, chegou no presídio no começo de 2002. Ele disse para os colegas do Raio 1 que não ficaria preso por muito tempo. Acreditava que teria a mesma sorte dos detentos que fugiram da Penitenciária Parada Neto no ano passado.
Nas anotações encontradas em sua cela havia informações do plano e a utilização de um heliponto da região dos Jardins, possivelmente do prédio da Dacon, na esquina das Avenidas Faria Lima e Cidade Jardim, para aterrisar.
Ocupante da cela 36, recebia em todos os finais de semana a visita da namorada Érica e de dois amigos: Jackson Cruz da Silva e José Moraes de Oliveira. Foi com esses amigos que planejou a fuga de helicóptero marcada para a tarde deste domingo.
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