Num momento em que Brasília exige a revisão dos prazos e alguns termos de um contrato de compra do gás boliviano, firmado em 1996, o ministro de Hidrocarboneto da Bolívia, Jorge Berindoague, pediu um tempo até que a descoberta no litoral brasileiro seja certificada.

"Depois veremos se nos afeta ou não", afirmou o executivo, assegurando que, no momento, a Bolívia não modificará sua estratégia de negociação com o Brasil, cujos centros industriais bombeiam uma média diária de 13 milhões de metros cúbicos de gás, quantidade que, de acordo com o contrato de 1996, deverá alcançar os 30 milhões de metros cúbicos em 2005.

A confirmação da descoberta de uma jazida de quase 420 milhões de metros cúbicos de gás, anunciada pela Petrobras esta semana, colocará a Bolívia numa posição difícil e é preciso levar isso em conta, admitiu Berindoague.

"Essa descoberta é com certeza um elemento importante no jogo da negociação", reconheceu, por sua vez, Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção da Petrobras. Antes de descobrir essa nova jazida, a Petrobras havia iniciado negociações com a YPFB, em uma tentativa de conseguir uma redução dos preços e do volume das importações.