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Rock Rural tem série de shows a preço popular
02/02/2010 | 07:00
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Divulgação


A expressão rock rural apareceu pela primeira vez numa canção em 1972, quando Elis Regina (1945-1982) gravou a sonhadora "Casa no Campo", de Zé Rodrix e Tavito. O estilo, no entanto, já vinha sendo propagado por Rodrix com Sá & Guarabyra. O trio gravou apenas dois ótimos álbuns, mas, mesmo depois da separação do parceiro, a dupla manteve essa estética e vai lembrar alguns clássicos dos primeiros anos no show que fará no encerramento da série Rock Rural, no dia 9 de março, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) de São Paulo. A série começa hoje com "O Terço", e segue às terças-feiras com Matuto Moderno e Paulo Simões (dia 9), Zé Geraldo (dia 23), Zé Helder Quarteto e Ivan Vilela (dia 2/3).

Um dos idealizadores do projeto é Ricardo Vignini, violeiro do Matuto e produtor ligado à música rural brasileira. Com esse projeto, o músico diz que pretende mostrar as várias vertentes em que se desdobra o rótulo rock rural. "Hoje em dia acredito que os ritmos regionais ganharam mais força. Acho que quando as pessoas falaram de globalização ficaram com medo de perder as suas origens, hoje tem viola caipira na universidade e esse fenômeno acontece no Brasil todo", observa Vignini.

O músico diz que Sá, Rodrix & Guarabyra foram referência importante no início do Matuto, mas ressalva que a grupo com o movimento dos anos 1960/70 é o "envolvimento com a música raiz caipira em exclusividade".

"O rock nos Estados Unidos é embasado na sua música rural, por que a gente aqui não pode fazer nosso rock inspirado no Tião Carreiro e no Vieira e Vieirinha? Pra mim as letras do Lourival dos Santos são muito mais rock'n'roll do que o que escuto no rádio hoje em dia", compara.

"O Terço", que tem na formação atual Flávio Venturini, Sérgio Hinds e Magrão, parece estranho nesse ninho, já que seu som nunca foi diretamente relacionado ao que conhece por rock rural, mas ao progressivo.

"O que poderia ser chamado de rural no Terço é o set acústico que sempre fazemos e que engloba boa parte do show", diz Venturini. "Faremos alguns clássicos da nossa carreira como a instrumental 1974, Criaturas da Noite, e as acústicas Queimada, Pássaro e Flor de la Noche."

Embora não seja rural, "O Terço" é uma banda mineira, o que na redutora visão de premiações e da mídia do eixo Rio-São Paulo é considerado ‘regional' ou, no caso, relacionado ao Clube da Esquina. No entanto, como diz Venturini, em suas experiências com O Terço e o 14 Bis, mostrou que como compositor "podia ir além de rótulos e estilos". "O Terço teve muito poucas influências do Clube da Esquina e se posso citar uma seria na canção Sentinela do Abismo, minha e de Marcio Borges."

Rock Rural - No CCBB. Rua Álvares Penteado, 112, São Paulo. Tel.: 3113-3651. Terças, 13h e 19h30. Ingr.: R$ 6 e R$ 3. Até 9 de março.




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