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Santo André volta a ter venda clandestina de gás
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
18/08/2002 | 19:32
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Após mais de um ano das denúncias contra a venda clandestina de gás de cozinha, Santo André volta a registrar focos de comercialização irregular, segundo um levantamento da Argás (Associação de Revendedores de Gás de Santo André e Região). “Depois das denúncias feitas no início do ano passado a situação melhorou, mas, de seis meses para cá, os pontos clandestinos voltaram a atuar. Aqui na cidade deve haver mais de 300”, disse o presidente da Argás, Luís Marquesin.

Em janeiro de 2001, a Argás relacionou 3 mil pontos de venda clandestinos. O Diário percorreu 23 e, dos que pararam de atuar, ninguém retomou a atividade. Na época, apenas São Caetano ficou de fora do foco de atenção da associação por ter um número pequeno de clandestinos. De acordo com Marquesin, o resultado da denúncia foi o fechamento de seis estabelecimentos, dois em cada uma das cidades de Santo André, Diadema e Mauá. E um refluxo generalizado por conta do medo da fiscalização.

Marquesin aponta como principal causa do retorno da ação dos revendedores ilegais um inciso da portaria 27 da ANP (Agência Nacional de Petróleo) que permite que o consumidor mantenha quatro botijões de gás cheios em casa. “Os clandestinos mantêm apenas esta quantidade de botijões no ponto de venda e com isso, conseguem enganar os fiscais.”

Ronda –O Diário percorreu os principais pontos de venda clandestina de gás de cozinha indicados pela Argás, e diversos bairros de São Bernardo, Mauá, Ribeirão Pires e Diadema (veja reportagem abaixo). A maior incidência ocorre em mercadinhos e mercearias instaladas em bairros da periferia. Em Santo André, na Cidade São Jorge, pelo menos quatro focos de venda irregular foram constatados. O principal está na esquina das ruas Ceará com Paraíba, onde duas mercearias instaladas frente a frente comercializam o GLP. Em uma delas há inclusive uma placa “Aqui tem Ultragaz”. No mesmo bairro, há ainda pontos irregulares, inclusive, da distribuidora Liquigás, nas ruas Espírito Santo e Rio de Janeiro, e nas ruas Caldas e Guanabara (em uma garagem).

Em todos os casos, conforme antecipou Marquesin, os botijões estão mal-armazenados, colocados uns sobre os outros e a menos de um metro da porta de entrada. Em nenhum deles havia mais de quatro unidades do produto. Marquesin apontou ainda o funcionamento de pontos clandestino perto da favela Gamboa, no bairro Paraíso (rua Juquiá), no Jardim Jamaica e na rua Higino Scarpelli, no Jardim Marajoara.

A fiscalização da venda irregular de gás de cozinha, em Santo André, é de responsabilidade do Departamento de Controle Urbano da Prefeitura. Os pontos sem alvará de funcionamento são autuados quando encontrados pelos fiscais, mas a maioria das ocorrências de interdição é feita por meio de denúncias. Segundo a administração municipal, não há pessoal suficiente somente com rondas de fiscalização para combater a clandestinidade.




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