Funcionários voltam às atividades após presidente da companhia participar de assembleia
Após cinco dias paralisados, os cerca de 500 funcionários da Karmann Guia, em São Bernardo, decidiram voltar às atividades. Eles reivindicavam o adiantamento salarial, que deveria ter sido pago pela empresa no dia 15, segunda-feira, o que não ocorreu. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a companhia se comprometeu a liquidar a dívida com os trabalhadores ontem – prazo previsto na convenção coletiva do grupo 3, ao qual pertence a companhia –, o que motivou o retorno ao trabalho.
Além do compromisso em liberar o dinheiro, a Karmann garantiu que pagará o próximo salário normalmente, com adiantamento no dia 15 e o complemento no dia 30. Porém, segundo o sindicato, a presidente da companhia metalúrgica, Mônica Marani, disse aos funcionários presentes na assembleia que não tinha condições de pagar a segunda parcela do 13º salário ontem e prometeu para 23 de janeiro – neste caso, como a lei prevê prazo limite no dia 20, estará sujeita a multa de R$ 170,25 por trabalhador.
Outro compromisso assumido pela gestora da Karmann foi o depósito dos valores em atraso referentes ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviços) de vários funcionários a partir de janeiro.
A equipe do Diário tentou contato com porta-voz da empresa, mas uma funcionária informou que nenhum responsável estava no local e que todos voltariam só na segunda-feira.
Outra definição durante a assembleia foi que dos cerca de 250 trabalhadores que encerraram o lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho) de cinco meses, 130 fizeram acordo para ficar em casa e voltar às atividades dia 6. Segundo o sindicato, todos eles serão remunerados normalmente, tendo em vista que a previsão é de desconto em banco de horas. A entidade reconhece que a situação financeira da Karmann é delicada, e teve conhecimento de que alguns fornecedores da empresa se negam a renovar contratos.
No primeiro trimestre, a empresa perdeu parte de sua produção de autopeças, que eram destinadas às linhas Gol G4 e Kombi, encerradas pela montadora Volkswagen.
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