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Que história de poder independente é essa?

O assunto já foi tratado neste espaço, mas sempre vale ressaltá-lo por sua relevância: os prefeitos

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
06/12/2014 | 07:34
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O assunto já foi tratado neste espaço, mas sempre vale ressaltá-lo por sua relevância: os prefeitos dizem que respeita e trata o Legislativo como poder independente, mas os chefes de Executivo sempre se metem nas discussões dos vereadores. E o que se vê atualmente no Grande ABC é que, apesar da interferência dos gestores municipais na eleição para a presidência das Câmaras, eles estão saindo perdendo. Dos três Legislativos que já definiram seus comandantes para o biênio 2015-2016, em dois (Santo André e Rio Grande) os prefeitos tiveram seus indicados derrotados no pleito interno. Por enquanto, só em Ribeirão Pires Saulo Benevides (PMDB) viu um aliado vencer. E, das quatro cidades restantes, há previsão de mais derrotas do governo por aí. É como se um gigante (prefeitos) observasse de longe uma briga de anões (vereadores). Ele, teoricamente, não tem nada a ver com o entrevero, mas faz questão de entrar na discussão para, quem sabe, se dar bem no futuro. O problema é que ao término da cizânia é o gigante que acaba apanhando. Mais do que isso, mostra que o discurso de “poderes independentes” é balela. Os chefes de Executivo se empenham, sim, pessoalmente nas disputas das Câmaras. Querem um vereador da base governista no comando da Casa para agilizar os trâmites burocráticos quando precisarem e para não ver os adversários ganhar força política, pois os Legislativos são recheados de cargos comissionados e têm orçamento próprio para tocar seus projetos. Qualquer conversa fora desse eixo é ‘papo para boi dormir’. Ou não é, gigantes?

Sentando na cadeira
Diretor-geral da Câmara de São Bernardo, Roberto Carlos de Almeida percorreu nos últimos dias os gabinetes do suntuoso prédio legislativo à procura de nova sala. Tudo porque tem como certa a eleição de Mauro Miaguti (DEM) na disputa pelo comando da Casa, em pleito que será realizado no dia 15. Atual primeiro secretário, foi Miaguti quem trouxe Almeida para trabalhar como diretor, ao lado do presidente Tião Mateus (PT). Muita gente estranhou o movimento do funcionário, até porque o democrata não figura na lista de favoritos na concorrência interna: Rafael Demarchi (PSD), José Luiz Ferrarezi (PT) e Ramon Ramos (PDT) estão no páreo.

Bíblico?
Vereador de Santo André, Ronaldo de Castro (PRB) fez acordo com a base do governo para ser vice-presidente da Câmara. Horas depois, debandou para o lado da oposição para ser o presidente da Casa. Com placar favorável de 11 a 10, seu voto foi decisivo para selar o próprio futuro. A atitude resultou na revolta de alguns pares e do prefeito Carlos Grana (PT). Foi taxado de traidor e desleal. Mas outros chegaram a evocar termos bíblicos para provocar Ronaldo, que é bispo. “Ele só leu a parte de Judas (quem traiu Jesus)”, disse um adversário, indignado com a mudança de lado do parlamentar. Essa história ainda vai render algumas discussões... políticas e religiosas. 




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