A Pirelli, produtora de pneus com fábrica em Santo André, anunciou investimento de US$ 100 milhões em tecnologia até 2011. O total será dividido entre a unidade da região e a fábrica em Taubaté, consideradas pólos tecnológicos. Outros US$ 100 milhões serão destinados para fortalecer a presença da empresa no Brasil, que já conta com cinco fábricas.

O anúncio foi feito em evento para a comemoração dos 80 anos de atuação da empresa no País. A fábrica de Santo André foi a primeira planta da pneumática no Brasil. A companhia também tem unidades em Sumaré, Campinas, Feira de Santana (BA) e Gravataí (RS). No mundo, a Pirelli contabiliza 137 anos de atuação.

Com o aporte milionário, a empresa italiana espera alcançar crescimento de 20% na produção. A meta da empresa é aumentar o faturamento em 10% sobre o resultado de 2008, quando a Pirelli atingiu US$ 2,1 bilhões de faturamento na América do Sul, sendo que US$ 1,2 bilhão veio das operações no Brasil, ou seja, 60%.

O mercado nacional enche os olhos da multinacional. Segundo o presidente mundial da Pirelli Pneus, Marco Tronchetti Provera, o País tem muito potencial de crescimento. "Cerca de 1/3 das vendas no mundo se concentram na América Latina e o Brasil é responsável por 90% do índice", enfatizou.

Em 2008, a companhia já investiu outros US$ 100 milhões no País. Segundo o CEO da Pirelli Itália, Franchesco Gori, mesmo em tempos de dificuldade econômica, em decorrência da crise, a empresa nunca cogitou de brecar investimentos.

"Quando o mundo estiver recuperado da crise o mercado estará ainda mais competitivo e muitas empresas poderão fechar. Precisamos estar preparados para assumir esses nichos", enfatizou Gori.

Embora a empresa não tenha desacelerado os investimentos, o CEO da Pirelli na América do Sul, Guillermo Kelly, afirmou que a pneumática tem sofrido com a redução da demanda de pneus para caminhões. "No primeiro trimestre deste ano tivemos queda de 20% , em relação ao mesmo período do ano passado. Mas no segundo trimestre, a queda foi de 15% o que já indica certa recuperação", ponderou.

A empresa destacou o papel fundamental das montadoras de veículos do País. "Cerca de 50% dos veículos montados no País usam pneus Pirelli, no caso dos caminhões o índice é de 40% e para as motos fica no patamar dos 95%", destacou Gori.

FUTURO
O Brasil não será o único País a receber investimentos da fabricante de pneus italiana. o presidente da empresa afirmou que Rússia, África e Oriente Médio também estão no centro dos negócios. Segundo ele, a Pirelli negocia entre a Líbia e a Arábia Saudita a instalação de nova unidade fabril.

EMPREGOS
Desde o início do ano, a fábrica da região negocia artifícios para conter as demissões com o Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região. "Fizemos dois dias de greve depois que a empresa demitiu 30 funcionários e ameaçava despedir outros 170. Além disso, acordamos reduções de jornada e salário por dois meses. Mas agora a situação está calma e o estoque reduziu", lembrou o presidente da entidade, Terezinho Martins da Rocha.

Em 2009, a empresa demitiu 300 funcionários e atualmente emprega 9,6 mil pessoas no País, 2.200 na região.