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ABC tem 23 casos de leptospirose
Danilo Angrimani
Do Diário do Grande ABC
27/10/2002 | 18:39
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Neste ano, já foram confirmados 23 casos de leptospirose na região. A maioria em Mauá. Esse número é menos da metade dos casos registrados em 2001, quando 50 pessoas foram vítimas da doença, conforme dados da DIR -2 (Direção Regional de Saúde) da Secretaria de Estado da Saúde. A doença é disseminada pela urina e fezes do rato.

Esperto, individualista, ligeiro, o rato desenvolve-se com rapidez, é difícil de ser exterminado e o que precisa para se procriar é encontrado com fartura nas cidades: água, alimento e abrigo.

Segundo especialistas, há uma média de 15 ratos por pessoa. Se este cálculo for correto, a região possui cerca de 35 milhões de ratos, já que a população do Grande ABC é de 2,3 milhões de pessoas.

As prefeituras fazem desratizações regulares. Mauá, que registrou maior número de casos em 2001, fez 571 desratizações no ano passado e 416 neste ano.

“Os raticidas têm eficiência, mas dificilmente matam todos os roedores”, avalia o chefe da Seção de Controle de Roedores e Vetores da Prefeitura de São Bernardo, Paulo Francisco Toledo dos Santos. Segundo Santos, as pessoas precisam ter consciência do problema e não deixar alimento ao alcance do rato.

Quem tem cachorro ou outro animal doméstico e deixa ração à noite, em vasilhas, também está alimentando indiretamente os roedores.

O número de 15 ratos por pessoa pode ser até conservador. Santos conta que realizou recentemente um trabalho preventivo no córrego Saracantã e identificou “um número de tocas absurdo”. “Como há quatro ratos em média por toca, existia naquele local um número muito superior a 15 ratos por pessoa.”

Para a bióloga Lúcia Schuller, da empresa de controle de pragas ABC Expurgo, de São Bernardo, essas estimativas são superficiais e precisariam ter uma prova científica.

Astúcia – Em alguns pontos, todos especialistas concordam: o rato é observador, cauteloso e só tem um ponto fraco: enxerga mal (é daltônico). Os pesquisadores descobriram que o rato é tão desconfiado que, se ele perceber que um animal passou mal depois de comer algum tipo de alimento, vai evitar beliscar o mesmo alimento. Por esse motivo, foram desenvolvidos raticidas que provocam hemorragia: o rato vai morrer, depois de dois a três dias, e os outros não conseguirão imaginar a causa.

Há três tipos de veneno mais usados: pó de contato (o rato encosta no veneno e depois vai lambê-lo para se limpar), parafinado e iscas peletizadas. Os ratos vivem em colônias, sempre limitadas pela questão alimentícia. Se houver pouco alimento e uma fêmea procriar, os filhotes podem ser comidos pelos membros adultos da colônia. “Não há uma família constituída. No caso do rato, é cada um por si”, observa Santos.




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