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ABC está entre as cidades mais violentas de SP
Kléber Werneck
Do Diário do Grande ABC
18/03/2001 | 20:46
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Três cidades do Grande ABC figuram entre as cinco primeiras da Grande São Paulo com o maior número de homicídios registrados no ano passado. O Diário teve acesso ao levantamento – em números absolutos – das mortes violentas de cada município em 2000, feito pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. São Bernardo, Santo André e Diadema aparecem na 2ª, 4ª e 5ª colocações, respectivamente, no ranking das 38 cidades que integram a Grande São Paulo.

Com 317 km² e população de 1.071.299 pessoas, Guarulhos é a cidade que registrou maior número de homicídios em 2000: 552 casos. Em segundo lugar aparece São Bernardo, com 388. A cidade do Grande ABC possui extensão territorial maior, 406 km², e população menor, 700.405.

A terceira colocada é Osasco (65 km² e 650.993 habitantes), que teve 279 mortes violentas no ano passado. Na seqüência aparecem duas cidades da região: Santo André (175 km² e 648.443 habitantes), em quarto lugar, com 275 homicídios; e Diadema (31 km² e 356.389 habitantes), em quinto, com 258.

Dos outros municípios do Grande ABC, Mauá (62 km² e 363.112 habitantes) aparece na sétima colocação, tendo registrado 175 homicídios em 2000. Ribeirão Pires, com 18 mortes, São Caetano, 16, e Rio Grande da Serra, 13, estão abaixo da 11ª colocação no ranking.

Os dados obtidos pelo Diário não fazem a correlação proporcional entre o número de habitantes e os homicídios. A base são as ocorrências registradas em números absolutos pelas polícias Civil e Militar

Polícia – Drogas, pobreza e vingança são os motivos mais freqüentes apontados pelos três delegados seccionais do Grande ABC para justificar os homicídios. “Isso não quer dizer que pessoas pobres tenham pré-disposição para matar, mas a falta de opções de lazer, estudo e outras carências sociais contribuem”, afirmou o delegado seccional de São Bernardo, Mário Jordão Toledo Leme.

A preocupação do seccional de Diadema, Reinaldo Correa, que está na cidade desde janeiro do ano passado, é com o que chama de crimes banais, geralmente associados com o alcoolismo. Ele destacou os forrós ou danceterias como principais locais de incidência.

“Em Diadema se mata por nada. Discussões ou um simples esbarrão pode acabar em morte, principalmente em casas noturnas”, afirmou Correa.

O delegado seccional de Santo André, Dejar Gomes Neto, destaca os bares clandestinos, sobretudo aqueles instalados em favelas, como “focos de homicídio” na cidade. “Encontramos bares em favelas, sem alvará de funcionamento, que vendiam pinga a R$ 0,15 a dose. Com apenas R$ 1,5 o sujeito pode tomar 10 doses. Isso serve como combustível para o crime”, afirmou.




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